Líder de caminhoneiros diz não ver mudança com troca de chefia na Petrobras
Um dos líderes da greve dos caminhoneiros de 2018, Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse hoje, em entrevista à revista Veja, que não vê mudança futura em relação ao preço dos combustíveis com a troca de comando da Petrobras. A estatal agora será comandada por José Mauro Ferreira Coelho, eleito hoje o novo presidente em substituição ao general Joaquim Silva e Luna.
"Nada vai mudar enquanto o preço estiver atrelado no PPI [Preço de Paridade de Importação]. Ficou muito claro que até a questão do ICMS nos estados é paliativo. Eu não vejo mudança nenhuma [com a troca de gestão]", disse.
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 e agora um crítico, Chorão afirma que o mandatário quebrou uma promessa com a categoria de que mudaria a política de preços da Petrobras. Na avaliação dele, o governo "trabalha para o mercado".
"A gente vê a questão da Petrobras como algo que o governo vem ganhando tempo. Nada das promessas que foram feitas saiu do papel, a gente veio acreditando no governo atual, que ele realmente iria fazer alguma coisa para nossa categoria, que também favorece toda a sociedade. E a gente se deparou com um governo que está trabalhando para o mercado, que não quer se desgastar com o mercado", declarou à revista.
No fim de março, Bolsonaro decidiu demitir Silva e Luna em razão do avanço dos preços dos combustíveis. No dia 10 daquele mês, a Petrobras anunciou um aumento de 18,77% na gasolina e 24,9% para o diesel.
Em nota na ocasião, a estatal informou que os valores "refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia".
Bolsonaro já afirmou que o governo estuda rever a política de paridade internacional de preços da Petrobras.
Desde outubro de 2016, no governo Michel Temer (MDB), a estatal adota uma política que acompanha a variação no mercado internacional.
Na ocasião, a Petrobras adotou um modelo de cálculo para definir os preços dos combustíveis nas refinarias chamado PPI, que acompanha, entre outros fatores, a variação internacional do barril do petróleo e a cotação do dólar.
Chorão defende um retorno à política anterior. Nos governos Lula e de Dilma Rousseff (PT), a definição do preço considerava a variação do petróleo no mercado internacional, mas também os custos de produção de petróleo no Brasil. Dessa forma, a estatal segurava impactos de oscilações dos preços no mercado internacional para o consumidor interno.
* Com informações da Deutsche Welle
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