Netflix despenca quase 40% na Bolsa dos EUA após perda de assinantes
As ações da Netflix despencaram hoje, após a gigante do streaming anunciar ontem que perdeu assinantes pela primeira vez em dez anos. Na Nasdaq, em Nova York, as ações da empresa caíam 35,99% por volta das 14h40, a US$ 223,39 (R$ 1.030,79). No fechamento do pregão, a perda das ações foi de 35,12% e a cotação encerrou em US$ 226,19 (R$ 1.043,71). No Brasil, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), equivalentes a papéis da empresa, registraram queda de 23,47% no mesmo horário, a R$ 20,97.
Segundo balanço divulgado pela Netflix, a empresa perdeu 200 mil assinantes em todo o mundo no primeiro trimestre deste ano, período em que previa conseguir 2,5 milhões de novos clientes. A empresa explicou que a queda deveu-se principalmente à dificuldade de conseguir novos assinantes e também à suspensão de seu serviço na Rússia, que resultou na perda de 700 mil assinantes.
A pioneira do setor teve um forte crescimento durante a pandemia e, por causa disso, o mercado esperava uma correção, mas não tão forte como veio.
Os números suscitaram questionamentos em Wall Street sobre o crescimento da empresa, diante da concorrência acirrada e da audiência fatigada após anos de pandemia.
Pelo menos uma dúzia de analistas revisaram negativamente a visão para o papel, que se destacou pelos ganhos obtidos nos últimos anos.
O JPMorgan fez o movimento mais agressivo ao reduzir pela metade o preço-alvo da ação, para US$ 305, —bem abaixo da mediana de preços-alvo de analistas em Wall Street, de US$ 400.
"A visibilidade de curto prazo é limitada e não há muito com o que se animar nos próximos meses, além do novo preço das ações muito mais baixo", disse Doug Anmuth, analista do JPMorgan, que também cortou pela metade a estimativa de adições líquidas de assinantes, para 8 milhões.
A queda das ações pode apagar o ganho do papel nos últimos dois anos, quando os negócios da empresa prosperaram, à medida que novos clientes ingressaram na plataforma durante os bloqueios sanitários causados pela pandemia.
Streaming com anúncios publicitários
Em um esforço para acalmar os nervos, executivos da empresa disseram a analistas na terça-feira que estavam procurando oferecer um streaming com base em anúncios nos próximos um ou dois anos e prometeram fechar o cerco contra o compartilhamento de senhas —um problema de longa data para o serviço.
Os rivais da Netflix já têm versões com base em anúncios ou estão considerando tal medida —o HBO Max oferece uma assinatura suportada por anúncios, enquanto o Disney + disse recentemente que lançará um formato similar.
"A lucratividade ou o modelo de negócios da Netflix não é o problema, como mostram os números, mas alguns consumidores podem estar cancelando a assinatura devido à inflação e à fadiga do usuário pós-pandemia", disse Peter Garnry, chefe de estratégia de ações do Saxo Bank.
Lucro de US$ 1,6 bilhão
A Netflix faturou US$ 7,9 bilhões no primeiro trimestre do ano, 10% mais que no mesmo período do ano passado, graças ao aumentos do número de assinantes em 12 meses (6,7%) e à alta na cobrança pelo serviço.
O lucro foi de US$ 1,6 bilhão, abaixo do valor do primeiro trimestre de 2021 (US$ 1,7 bilhão).
* Com informações da AFP
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