EUA: Subway, Domino´s e Burguer King reduzem porções para não subir preços
A inflação elevada vem atingindo não apenas o Brasil, mas boa parte dos países do mundo. Mesmo a maior economia do mundo, dos Estados Unidos, vem sofrendo e os indicadores são os mais altos dos últimos 40 anos. Com isso, quase todas as atividades estão mais caras, incluindo as mais básicas, como a alimentação.
No caso de comer fora de casa, em restaurantes ou lanchonetes fast food, por exemplo, ficou 7,2% mais custoso nos últimos 12 meses. Para evitar perder clientes, as companhias têm adotado diversas estratégias para não punir os consumidores, mas também manter viável o negócio sem prejuízos. Resultado: mesmo preço, mas menos comida nas porções.
Até conhecidas redes internacionais de alimentação, como é o caso do Subway, a pizzaria Domino´s, o Burguer King e o mexicano Salsarita´s, vêm diminuindo a quantidade dos principais ingredientes nas porções para não precisarem aumentar os preços. Do nuggets ao frango que vem nos lanches e até as verduras que vão nas saladas estão mais escassas, mostra reportagem da Bloomberg publicada hoje.
A estratégia não é novidade e é até comum em períodos de crise econômica e alta dos preços dos alimentos. A lógica é a de que os clientes vão se importar menos com uma porção menor do que com um preço maior. Com o tamanho da crise, no entanto, uma ação que poderia ser pontual corre o risco de se tornar cada vez mais comum, não apenas nos restaurantes, mas entre os fornecedores e os supermercados.
Uma empresa canadense de alimentos veganos, alternativos aos lácteos convencionais, já diminuiu o tamanho dos queijos veganos que vendem nos mercados estadunidenses. Consumidores já chegaram a notar que até mesmo papeis higiênicos não conseguiram escapar da crise: o pacote está vindo com menos rolos, apesar de manter o mesmo preço.
Algumas marcas até negam que as modificações tenham relação com a inflação. O Subway norte-americano, por exemplo, disse à Bloomberg que os sanduíches de frango estão vindo com menos frango em uma tentativa de melhorar o próprio lanche. A Gatorade, que tem vendido garrafas de isotônicos menores que anteriormente, relaciona a diferença a uma tentativa de melhorar o consumo dos clientes, pois uma garrafa menor seria mais fácil de ser segurada.
Uma pesquisa encomendada pela MarketMan, mostrou que por volta de 56% dos consumidores até estariam dispostos a pagar um pouco mais pelos produtos e refeições se os restaurantes fossem mais transparentes quanto ao preço. Afinal, diminuir a quantidade com o preço antigo, na realidade é aumentar o preço proporcional pago por eles.
Uma outra estratégia de mitigação de custos, comum no Brasil também, e a de substituir alimentos nobres por outros mais baratos. É o caso das carnes, nas quais os cortes mais caros são substituídos por outros mais comuns.
Nos Estados Unidos, essa tendência deve seguir, pois o Departamento de Agricultura do país estima que os preços dos alimentos no varejo aumentem de 5% a 6% este ano, o dobro da previsão de três meses atrás.
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