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Aras publica texto com articulação de Guedes para não depor

Augusto Aras durante sabatina na CCJ - Pedro França/Agência Senado
Augusto Aras durante sabatina na CCJ Imagem: Pedro França/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

26/05/2022 14h47

O procurador-geral da República, Augusto Aras, publicou erroneamente uma mensagem em seu status no WhatsApp na qual um interlocutor pedia que ele recebesse o advogado do ministro da Economia, Paulo Guedes, para uma conversa em seu gabinete.

A pauta do encontro seria uma possível dispensa de Guedes em um processo o Ministério Público investiga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre supostas fraudes no Postalis, fundo de pensão dos Correios.

"Seria possível receber o advogado do Paulo Guedes, o dr. Ticiano Figueiredo por 5 minutos? Assunto: possível dispensa de Paulo Guedes, junto à PF, em processo investigativo contra Renan Calheiros, onde Guedes não é parte", dizia a mensagem, obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo a Folha de S. Paulo, que também teve acesso ao conteúdo, uma outra mensagem com o retorno "Sim. Falaremos por celular e ajustaremos" também foi publicada na noite de quarta-feira (25), mas logo ambas foram apagadas.

Em nota, a PGR confirmou que a publicação tratava "de pedido de audiência recebido pelo procurador-geral da República com resposta indicando que seriam tomadas as providências para checar a viabilidade de futura agenda".

O ministro da Economia já havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal, no começo de maio, que fosse dispensado de prestar depoimento no curso do inquérito.

De acordo com a defesa de Paulo Guedes, o ministro recebeu o ofício de convocação em abril, como declarante e não investigado, mas não tem qualquer relação com os fatos investigados.

O inquérito que envolve Renan Calheiros tramita no STF e investiga se as supostas fraudes teriam ocorrido entre 2010 e 2016, período que compreendeu os governos Lula (PT) e Dilma (PT).

De acordo com a defesa do ministro, a oitiva teria que acontecer no último dia 5, mas foi adiada para 1º de junho após Paulo Guedes testar positivo para a covid-19.

"Não há como se determinar que o peticionário preste um depoimento presencial perante a Polícia Federal às cegas, sem que lhe seja esclarecido sequer o motivo pelo qual a sua intimação foi requerida", pede a defesa de Guedes.