MP do Trabalho investiga denúncias de assédio contra presidente da Caixa
O MPT (Ministério Público do Trabalho) do Distrito Federal abriu investigação preliminar para apurar as denúncias de assédio sexual contra o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Duarte Guimarães, feitas por funcionárias do banco estatal. A informação é do site Metrópoles.
De acordo com o site, essa etapa ainda é inicial e os procuradores analisarão possíveis irregularidades trabalhistas, com o objetivo de decidir se vão abrir ou não um inquérito sobre as denúncias. Se esse processo avançar, o MPT vai poder ouvir o relato das vítimas e de Guimarães.
As denúncias foram reveladas ontem pelo Metrópoles, que publicou reportagem com o relato de cinco funcionárias da Caixa que disseram ter sofrido toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis à relação de trabalho durante viagens e eventos do banco.
Todas as mulheres que falaram ao site, sem que seus nomes fossem divulgados, trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente ao gabinete da presidência da Caixa. Em sua defesa, Guimarães disse nesta quarta-feira, durante evento da Caixa, que tem "uma vida pautada pela ética".
Especialista em privatizações, Guimarães assumiu o comando da Caixa em janeiro de 2019 após ser indicado ao cargo pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda no início da gestão Bolsonaro. Desde então, o presidente do banco estatal se afastou do chefe da pasta e virou um dos nomes mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Casado com Manuella Guimarães, filha do delator da Lava Jato Léo Pinheiro, o presidente da Caixa tem 57 anos, sendo pai de dois filhos pequenos. Ele se graduou em Economia na PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), em 1992, e possui três cursos em nível de mestrado, sendo um na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos. Antes de assumir a Caixa, passou pelos bancos BTG Pactual e Plural.
Auxílio emergencial deu holofote a Guimarães
Antes considerado como uma figura mais discreta, Guimarães foi alçado ao centro das atenções principalmente após o início da pandemia da covid-19, que fez o governo federal criar medidas de socorro financeiro à população.
A mais conhecida delas foi o auxílio emergencial, benefício pago pelo governo, por meio da Caixa, durante a emergência sanitária, e que, em diversas situações, fez Guimarães se tornar peça central em anúncios e entrevistas coletivas do governo sobre o auxílio.
Esse comportamento de Guimarães resultou em uma ação apresentada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte acusando o presidente do banco de uso de recursos da Caixa para promoção política pessoal e propaganda eleitoral, além de indícios de tráfico de influência.
A denúncia citou, por exemplo, viagens realizadas por Guimarães por meio da estrutura do banco e a veiculação de fotos destas agendas em meios oficiais de divulgação da Caixa. Em muitos desses eventos, ele estava ao lado de Bolsonaro.
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