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Suspeito de dar golpe na Sasha, 'Sheik' tem jatinho bloqueado pela Justiça

Francis Silva, o "Sheik das criptomoedas", acusado de dar golpe em Sasha Meneghel - Reprodução
Francis Silva, o 'Sheik das criptomoedas', acusado de dar golpe em Sasha Meneghel Imagem: Reprodução

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Balneário Camboriú (SC)

01/07/2022 14h24Atualizada em 02/07/2022 12h38

Investigado por fraude em um esquema envolvendo moedas digitais, Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Francis da Silva, ou Sheik, tem ao menos um jatinho de R$ 79 milhões e um imóvel comercial em Curitiba avaliado em mais de R$ 2,2 milhões.

Os bens foram levantados por advogados de clientes lesados da Rental Coins — uma das empresas de Silva. Os dois bens constam como bloqueados pela Justiça. Entre as vítimas, estão Sasha Meneghel e o marido dela, João Figueiredo, que teriam perdido R$ 1,2 milhão no esquema.

As vítimas afirmam que Silva captou dinheiro, investiu em um ativo digital e sequestrou os recursos, devolvendo para eles uma criptomoeda falsa, chamada Mindexcoin, que não tem valor algum no mercado e não é encontrada em corretoras.

O UOL procurou o advogado Alan Luciano, que representa a Rental Coins, mas não obteve retorno. A reportagem será atualizada assim que vier a manifestação.

Jatinho de R$ 79 milhões

A aeronave é um Cessna Aircraft, modelo C680, fabricado em 2008. Com capacidade para transportar nove passageiros, um jatinho desses pode ser encontrado por US$ 15 milhões — equivalente a R$ 79.837.500,00 na cotação de hoje — no mercado de venda de aeronaves usadas.

A aeronave foi transferida para a ITX Administradora de Bens LTDA em 2019, segundo registro da ANAC (Agência Nacional de Aviação). Essa empresa tem como sócio-proprietário Francisley Valdevino da Silva.

jatinho - Reprodução - Reprodução
Cessna Aircraft, modelo C680, fabricado em 2008, foi bloqueado pela Justiça
Imagem: Reprodução

Já o imóvel em Curitiba está no nome da Interag Administração de Fundos Ltda, que tem como "administrador" o Sheik das criptomoedas. A propriedade foi adquirida em novembro de 2021 e, desde março de 2022, consta como indisponível por conta de um processo judicial contra a empresa.

O advogado Jeferson Sarandy Brandão explicou ao UOL que está representando cerca de 200 clientes lesados pela Rental Coin. "E o número não para de crescer. São pessoas que investiram R$ 1 milhão, R$ 5 milhões, mas tem pessoas que me procuraram e disseram que deram R$ 2 mil, R$ 10 mil."

Entre os clientes de Brandão, estão estrangeiros dos Estados Unidos e Itália. Segundo o advogado, já foram identificadas mais de 100 empresas com as quais o Sheik tem ligação, que teriam sido usadas para ocultar bens.

A defesa dos clientes lesados já ingressou com diferentes pedidos de arresto de bens em tutela antecipada. "A gente está monitorando e indo atrás de bens para que as pessoas tenham uma chance para receber, mas o que a gente já sabe é que não tem dinheiro para todo mundo", relata Brandão.