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Funcionária sobre Guimarães e ex-vice da Caixa: '01 assedia e 02 monitora'

O então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante palestra no auditório da sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas)  - Tomaz Silva/Agência Brasil
O então presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante palestra no auditório da sede da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

03/07/2022 23h34

Após denúncias de assédio sexual que derrubaram o então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, uma funcionária disse que Celso Leonardo Barbosa, ex-vice-presidente de Negócios de Atacado, é quem acobertava atos que teriam sido cometidos pelo ex-número 1 da instituição.

Tanto Guimarães quanto Barbosa pediram demissão do cargo depois que os casos foram revelados pelo site de notícias "Metrópoles", na semana passada.

Em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo, exibida neste domingo (3), uma das funcionárias contou que Barbosa acobertava o suposto assédio praticado por Guimarães e que ele passava a vigiá-las para não deixar a história vazar.

Essas mulheres que receberam o 'carimbo' do Pedro [Guimarães], elas ficavam subordinadas ao Celso [Leonardo Barbosa]. (...) Não é que ele [Celso] acolhia. Era uma forma de monitorar pra ver se aquela história poderia, por exemplo, vazar. O 01 assedia, e o 02 protege com intuito de monitorar. Funcionária da Caixa, em entrevista ao programa "Fantástico"

"Na verdade, nós vivíamos em uma prisão velada. Uma prisão pelo fato de ser monitorada, de a gente ter dito 'não'", acrescentou, em seguida.

Uma outra funcionária declarou que "o assédio sexual era só uma parte de um pacote de perversidades, de um pacote muito maior que prejudicou a carreira de muita gente. E acabou também com a saúde física e mental de homens e mulheres".

Denúncias de assédio sexual

Na semana passada, o site "Metrópoles" divulgou denúncias de funcionárias do banco, que incluem toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites incompatíveis com a relação de trabalho supostamente praticadas por Pedro Guimarães. Os atos começaram a surgir no fim do ano passado.

Segundo apurou a colunista do UOL Carla Araújo, o nome de Barbosa aparece nas denúncias de uma funcionária que relatou à ouvidoria da Caixa ter sido vítima de assédio. Ele teria colaborado com Guimarães em alguns episódios.

Todas as mulheres que falaram ao "Metrópoles", sem que seus nomes fossem divulgados, trabalham ou trabalharam em equipes que atendem diretamente o gabinete da presidência da Caixa. As cinco entrevistadas disseram que se sentiram abusadas em diferentes ocasiões, e sempre em compromissos de trabalho.

Em contato com o UOL, o Ministério da Economia disse que não iria se manifestar sobre o caso.

Em nota, a Caixa afirmou que não tinha conhecimento das denúncias apresentadas pelo veículo e que "adota medidas de eliminação de condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio." Ainda no texto enviado ao UOL, a instituição disse que "o banco possui um sólido sistema de integridade, ancorado na observância dos diversos protocolos de prevenção, ao Código de Ética e ao de Conduta, que vedam a prática de 'qualquer tipo de assédio, mediante conduta verbal ou física de humilhação, coação ou ameaça'".