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Rombo de R$ 207 bi: quem é criador de cripto buscado por Interpol e Coreia

Do Kwon não deu entrevistas desde que o valor das suas criptomoedas despencou - BBC
Do Kwon não deu entrevistas desde que o valor das suas criptomoedas despencou Imagem: BBC

Do UOL, em São Paulo*

21/09/2022 12h34

Procuradores sul-coreanos pediram à Interpol que emita uma notificação vermelha para Do Kwon, fundador da falida criptomoeda Terra, alegando que ele se recusa a cooperar com a investigação sobre o colapso bilionário de sua empresa. O colapso da Terraform Labs este ano provocou perdas de US$ 40 bilhões (R$ 207 bilhões) aos investidores e abalou o mercado de criptomoedas.

Um funcionário da Promotoria do Distrito Sul de Seul disse à AFP que o MP pediu o cancelamento do passaporte sul-coreano de Kwon por considerar que ele está "foragido" da Justiça.

"Iniciamos o procedimento para incluí-lo na lista de notificação da Interpol e para revogar seu passaporte", disse o funcionário, antes de acrescentar que Kwon disse aos investigadores que não cooperaria.

Quem é Kwon?

Kwon ganhou a confiança de um grupo de investidores que eram orgulhosamente chamados de "lunáticos" (em alusão ao nome de uma das criptomoedas).

A empresa levantou bilhões de dólares de grandes investidores de capital de risco para financiar os projetos.

A empolgação foi tão grande que Kwon disse ter batizado sua filha como Luna. Ela nasceu em abril deste ano.

Em pouco tempo, ele ganhou prestígio nos mercados e convenceu muitos "pesos-pesados" de sua arriscada aposta de negociação baseada em algoritmos criados em laboratório.

Entre os convictos do projeto estava Mike Novogratz, CEO da Galaxy Digital, que anunciou seu apoio fazendo uma tatuagem em alusão à Luna.

Como se defende?

Em seu perfil no Twitter, Kwon se defendeu das acusações de que estaria foragido.

"Não estou "fugindo" ou algo semelhante - para qualquer agência governamental que tenha demonstrado interesse em se comunicar, estamos em total cooperação e não temos nada a esconder".

O criador da criptomoeda ainda ironizou que só vai passar sua localização se a pessoa for "sua amiga, tiver planos para encontrá-lo ou estiver em um jogo que envolva GPS".

Um tribunal sul-coreano emitiu na semana passada uma ordem de prisão para Kwon, de 31 anos, que se mudou para Cingapura antes do colapso.

*Com informações da AFP