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País tem 3º mês seguido de deflação, puxada por queda dos combustíveis

Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Imagem: Evandro Leal/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

11/10/2022 09h02

O mês de setembro registrou uma deflação de 0,29%, a terceira consecutiva, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No ano, o índice de inflação oficial do país acumula alta de 4,09%, e nos últimos 12 meses, de 7,17%.

Novamente, a queda no preço dos combustíveis voltou a puxar o índice para o nível de deflação — quando há uma queda média nos preços dos produtos e serviços pesquisados pelo IBGE.

Houve desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice ficou em -0,36%. O IBGE apontou que está é a menor variação para um mês de setembro desde o início da série histórica, em 1980.

Apesar da desaceleração da inflação no ano, no acumulado em 12 meses o IPCA ainda segue acima da meta estabelecida.

A meta do Banco Central para a inflação neste ano é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, variando entre 2% e 5%.

O grupo dos transportes registrou queda de -1,98%, desaceleração menor do que a do mês anterior, de -3,37%. Veja os índices:

  • Gasolina: - 8,83%
  • Etanol: -12,43%
  • Óleo diesel: -4,57%
  • Gás veicular: -0,23%

Preços de alimentos também recuam: Outros grupos com quedas que impactaram no resultado de setembro foram o setor de comunicação (-2,08%) e de alimentação e bebidas (-0,51%).

O preço dos alimentos teve um aumento em agosto; agora, o que impulsionou a queda foi a alimentação no domicílio — em especial a diminuição do preço do leite longa vida, avaliou o IBGE.

"O leite vinha subindo muito nos últimos 12 meses, especialmente em 2022, por conta do período de entressafra, a partir de março e abril, mas também por causa da guerra da Ucrânia, que aumentou muito o preço dos insumos agrícolas. Agora, com o final do período de entressafra e a volta das chuvas, aumentou a oferta do produto no mercado, o que gerou uma queda nos preços", declarou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Apesar da queda, o leite ainda tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses.

Cebola fica mais cara: A maior alta para o preço dos alimentos veio da cebola (11,22%). "O que está causando essa alta é o fato de a produção do Nordeste estar aquém do esperado, aliada a uma redução da área de plantio. Nos últimos 12 meses, a cebola subiu mais de 120%", afirmou Kislanov.

Sobre o IPCA

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, residentes em áreas urbanas.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 29 de julho e 29 de agosto de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 30 de junho e 28 de julho de 2022 (base).