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Natura defende propaganda que provoca presidenciáveis sobre meio ambiente

Natura fez pergunta a candidatos durante debate antes do 1º turno: vem replay por aí? - Reprodução
Natura fez pergunta a candidatos durante debate antes do 1º turno: vem replay por aí? Imagem: Reprodução

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em Piracicaba (SP)

14/10/2022 08h01

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A Natura foi uma das poucas marcas a entrar na questão eleitoral, alvo de polarização. Às vésperas do 1º turno, a marca veiculou, durante o intervalo de dois debates dos candidatos à Presidência, um comercial onde perguntava o que os postulantes ao cargo fariam para frear o desmatamento da floresta amazônica.

Nenhum deles respondeu — e a marca ainda não confirmou se vai veicular o mesmo anúncio no próximo debate presidencial, que acontece neste domingo (16), pelo pool formado pelo UOL, Folha de S. Paulo, TV Bandeirantes e TV Cultura.

A história da Natura se mistura à da Amazônia desde 2000, quando a empresa assumiu o compromisso de desenvolver alternativas econômicas sustentáveis e inclusivas para a região. Em 2011, as iniciativas foram reunidas num só programa, o "Natura Amazônia".

Desde então, a comunicação da multinacional tem focado em divulgar as ações relativas ao projeto. Neste ano, por exemplo, a marca foi patrocinadora do Rock in Rio e mostrou diferentes ações do projeto no evento.

Para falar sobre os temas, o UOL Mídia e Marketing conversou com Denise Coutinho, há mais de 25 anos na empresa e que, desde maio, é responsável pelo departamento de marketing da Natura no Brasil. Confira:

A Natura fez uma provocação, no debate presidencial às vésperas da eleição, com um comercial com uma pergunta: "Candidatos, vocês vão falar sobre os planos para frear o meu desmatamento?". Como elevar a importância da região amazônica para o público em geral?

A história da Natura com a Amazônia começou há 20 anos, quando nem se falava de sustentabilidade. Hoje, por exemplo, estamos presentes numa área de 2 milhões de hectares [equivalente a 2 milhões de campos de futebol] e essa área tem 80% a menos de desmatamento do que outras áreas da Amazônia.

As comunidades atuam como grandes guardiãs da região: elas sabem que a floresta em pé vale mais financeiramente para ele. Entre 2010 e 2021, a gente gerou mais de R$ 2,5 bilhões em negócios por lá.

denise - Divulgação - Divulgação
Denise Coutinho é responsável pelo departamento de marketing da Natura no Brasil
Imagem: Divulgação

Quando começou o horário político, mais próximo do primeiro turno da eleição, a gente decidiu colocar essa provocação pela causa, que acho bem legítima. Não foi direcionada a um candidato: era uma questão direcionada aos candidatos de forma geral.

A gente precisa da Amazônia. A gente não tem mais tempo. Trouxemos isso para o debate de uma forma bem provocativa, e repercutiu muito bem nas redes sociais.

Alguém respondeu para vocês?

De candidato, não. Mas a gente teve muita interação com o público, recebemos muitas interações nas redes. A Natura se coloca como apartidária, mas que defende suas causas.

A questão da Amazônia se liga ao Rock in Rio deste ano, quando a marca se uniu a outras empresas, como Coca-Cola, Heineken e Braskem, e fez uma grande ação de sustentabilidade. Como foi a iniciativa? Quais foram os resultados práticos?

A gente já fez essa ação em 2019 e, agora, ampliou essa iniciativa. Coletamos 4 milhões e meio de copos plásticos no festival. Transformamos tudo em peças plásticas, que viraram produtos para nossos fornecedores.

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Mais de 30 mil brindes da Linha Natura Ekos foram distribuídos no Rock in Rio deste ano
Imagem: Divulgação/Lucas Jones

Dentro do evento, as pessoas trocavam copos vazios por brindes da marca. Aí você via o público recolhendo os copos, uma conscientização de limpeza muito grande que foi fomentada pela marca [mais de 30 mil brindes da Linha Natura Ekos foram distribuídos no evento, incluindo esta e outras ações de marketing].

O planeta está pedindo esse tipo de iniciativa para as empresas.

A questão, então, é como a gente se junta: não é só diminuir o impacto, que não é mais suficiente. A gente precisa reciclar, reutilizar e regenerar. Precisamos pensar diferente, nos ligando também a outras empresas.

De raça a etarismo, como uma marca do tamanho da Natura tem tentado inserir novos padrões de beleza dentro da publicidade? O consumidor recebe bem este tipo de iniciativa?

A gente fala há muito tempo de etarismo, com a marca Chronos, que existe há 36 anos. A marca nasceu antes dos anos 1990 e já falava de "mulher bonita de verdade", o que até então não existia no mercado. Chronos vem para a romper a ideia de beleza, que muda com o tempo. A gente pode (e deve) se sentir bonito em todas as idades.

Recentemente, buscou ir na contramão da manipulação de estereótipos e reforçou o movimento #MinhaIdadeNaoMeDefine, ao lado nomes como os da atriz Andréa Beltrão e Silvia Ruiz, Marina Dias, Wladia Goes e Patricia Pontalti.

A Natura sempre teve a diversidade como crença.

A frase "quanto maior a diversidade das partes, maior a riqueza do todo" é um dos nossos lemas do dia a dia.

A gente sempre teve isso, mas agora todo mundo está sendo mais cobrado pela sociedade. É um tema atual e a gente se vê como uma empresa para colocar esses assuntos na mesa e debater isso com uma empresa transformadora da sociedade.