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Cidade em que Bolsonaro teve 68% dos votos tem gasolina mais cara do Brasil

Preço da gasolina subiu nesta semana - Engin Akyurt/Pixabay
Preço da gasolina subiu nesta semana Imagem: Engin Akyurt/Pixabay

Tiago Minervino

Colaboração para o UOL, em Maceió

17/10/2022 21h25

A cidade de Balneário Camboriú, localizada no litoral norte de Santa Catarina, teve o preço da gasolina mais cara do país na última semana, ao custo de R$ 7,35 por litro, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Combustíveis). O município catarinense foi um dos recordistas de votos para o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), onde ele teve 68,36% dos votos válidos no primeiro turno para presidência.

De acordo com dados da ANP, divulgados nesta segunda-feira (17), o valor de R$ 7,35 por litro da gasolina faz de Santa Catarina, um dos estados mais bolsonaristas do país, o que tem o combustível mais caro em todo o Brasil.

Em toda Santa Catarina, o preço médio do combustível foi de R$ 4,85 por litro entre os dias 9 e 15 outubro. No mesmo período, o óleo diesel custou em média R$ 6,42 nos postos. Vale ressaltar que nesse período não houve aumento nos valores repassados pela Petrobras.

Gasolina volta a subir após quedas

Depois de sofrer 15 quedas consecutivas, o preço médio do litro da gasolina vendida nos postos voltou a subir na última semana, conforme relatório divulgado pela ANP.

De acordo com a Agência, o preço médio do litro passou de R$ 4,79 para R$ 4,86 entre os dias 9 e 15 de outubro, o que representa uma alta de 1,46%.

Já o etanol hidratado sofreu alteração de R$ 3,40 para R$ 3,46 no mesmo período— aumento de 1,76%. O diesel, por sua vez, sofreu uma queda ínfima de 0,15%, ao passar de R$ 6,52 para R$ 6,51 nos estabelecimentos.

Tema sensível para Bolsonaro

Em busca da reeleição, o tema dos combustíveis se tornou bastante sensível para Jair Bolsonaro, sobretudo após as altas significativas nos preços do diesel e da gasolina em junho, quando, segundo a ANP, foram alcançados os maiores valores pagos pelos consumidores desde 2004.

Insatisfeito, Bolsonaro interferiu e trocou presidentes da Petrobras para baixar os valores dos combustíveis e sancionou limitação na cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos estados.

Conforme o UOL mostrou, no começo de outubro, devido às medidas eleitoreiras do presidente, os preços da gasolina e do diesel estão defasados quando comparados ao mercado externo. Para especialistas, se o barril do petróleo ultrapassar os US$ 100 não será possível manter a defasagem em relação aos preços internacionais, o que tornará inevitável novas altas da gasolina e do diesel.

A Petrobras adota como referência para os reajustes dos combustíveis o PPI (Preço de Paridade de Importação), que considera as variações do petróleo no mercado internacional, além da cotação do dólar.