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Gasolina vai subir? Preço nas refinarias está defasado em mais de R$ 0,30

Segundo a Abicom, defasagem entre os preços no Brasil e no exterior pode aumentar ainda mais nas próximas semanas - Getty Images/iStock
Segundo a Abicom, defasagem entre os preços no Brasil e no exterior pode aumentar ainda mais nas próximas semanas Imagem: Getty Images/iStock

Do UOL, em São Paulo

07/10/2022 14h01Atualizada em 07/10/2022 14h34

O preço do litro da gasolina deveria subir R$ 0,32, em média, nas refinarias brasileiras, para acompanhar a alta no exterior, segundo cálculos da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). Para o litro do diesel, a defasagem em relação ao mercado externo é ainda maior, de R$ 0,62.

Na segunda-feira (4), essa diferença era de R$ 0,01 para o diesel e não havia defasagem no preço da gasolina, ainda de acordo com o levantamento da Abicom.

A defasagem entre os preços praticados no Brasil e no exterior aumentou nesta semana em meio à alta do petróleo, após a Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) ter decidido reduzir a produção em 2 milhões de barris por dia — o maior corte desde o início da pandemia.

Com uma oferta de petróleo menor, a tendência é que os preços continuem pressionados lá fora, o que pode elevar a defasagem dos preços cobrados nas refinarias brasileiras.

A Petrobras adota como referência para os reajustes dos combustíveis o PPI (Preço de Paridade de Importação), que considera as variações do petróleo no mercado internacional, além da cotação do dólar.

Nesta sexta (7), pouco antes do meio-dia, o barril de petróleo Brent era negociado a US$ 97, uma alta de quase 3% em relação à véspera. Já o dólar comercial era vendido a R$ 5,217.

O que diz a Petrobras? Procurada pelo UOL, a Petrobras afirmou que segue monitorando continuamente o mercado e os movimentos nas cotações do petróleo e derivados. "A companhia reafirma seu compromisso com a prática de preços em equilíbrio com o mercado, sem repassar a volatilidade conjuntural nem movimentos especulativos como os que estão sendo observados recentemente", disse a estatal em nota.

A empresa acrescentou ainda que "não existe uma referência única" para a estimativa da defasagem e que a diferença de preços não é percebida da mesma maneira por todos os agentes, sejam eles refinadores ou importadores.

Quando foi o último reajuste? A última vez que a Petrobras anunciou uma redução no preço da gasolina nas refinarias foi há pouco mais de um mês, em 1º de setembro. Na ocasião, o litro do combustível foi de R$ 3,53 para R$ 3,28 — um corte de R$ 0,25, ou pouco mais de 7%.

A última redução no preço do diesel foi feita há duas semanas, de R$ 0,30, passando de R$ 5,19 para R$ 4,89 (-5,78%) nas distribuidoras.

As quedas seguem o novo ritmo de reajustes adotado pelo atual presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade. Desde o final de junho, quando tomou posse, já foram feitas quatro reduções no preço da gasolina e três no diesel, combustível cuja demanda geralmente aumenta no segundo semestre do ano.

(Com Estadão Conteúdo)