Opep reduz produção de petróleo em 2 milhões de barris, e preços devem aumentar
Os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, e seus dez parceiros liderados pela Rússia concordaram com uma redução de "2 milhões" de barris por dia para o mês de novembro, informou a aliança em um comunicado.
"Esta é a maior redução desde o início da pandemia", reagiu em nota Srijan Katyal, da corretora ADSS. É provável que "aumente os preços", ele acrescentou, contra os esforços ocidentais para conter os crescentes custos de energia que pesam sobre o crescimento global.
Esta decisão surge "no momento em que os consumidores deram um suspiro de alívio", tendo os preços na bomba caído acentuadamente desde o meio do ano, destaca Craig Erlam, da Oanda.
As duas referências globais de petróleo perderam terreno nas últimas semanas, oscilando em torno de US$ 90 o barril, muito longe das altas registradas em março no início da guerra na Ucrânia (quase US$ 140).
Meio de mandato
Tal anúncio "não será bem recebido pela Casa Branca no período que antecede as eleições de meio de mandato, no próximo mês", alertou Tamas Varga, da PV Energy, ainda antes da reunião.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, luta há meses para tentar conter os preços crescentes que estão corroendo o poder de compra das famílias, chegando a ir a Riad em julho durante uma visita muito controversa.
Na Casa Branca, esta reunião desta quarta-feira era colocada em perspectiva, como sublinhou um alto funcionário americano, afirmando que a Opep+ se reúne "todos os meses com a precisão de um relógio".
No dia anterior, a porta-voz Karine Jean-Pierre havia recusado qualquer comentário prematuro, lembrando que Washington "continua a tomar medidas para proteger os consumidores americanos (...) e garantir suprimento suficiente para atender a demanda".
"Organização técnica"
Questionado em sua chegada sobre a reação esperada de Washington, o ministro da Energia dos Emirados, Souhail ben Mohammed Al-Mazrouei, respondeu que se trata de uma "organização técnica" que não mistura questões políticas.
Também presentes, o príncipe saudita Abdel Aziz bin Salman e o vice-primeiro-ministro russo responsável pelas questões de energia, Alexander Novak, devem se pronunciar em uma entrevista coletiva.
Uma queda acentuada nos volumes de petróleo convém a Moscou, "e, portanto, pode ser percebida como uma nova escalada das tensões geopolíticas", comenta Ipek Ozkardeskaya, analista da Swissquote.
Covid-19
Criada em 1960 com o objetivo de regular a produção e o preço do petróleo bruto, por meio do estabelecimento de cotas, a Opep se estendeu em 2006 à Rússia e a outros parceiros para formar a Opep+.
Em um gesto histórico, os membros da aliança decidiram em 2020 por cortes na produção de quase 10 milhões de barris, diante do colapso da demanda ligado à pandemia de Covid-19. Uma receita que deu certo.
Desta vez, eles querem "se antecipar a uma possível recessão por meio de medidas proativas", avalia Bjarne Schieldrop, da Seb. "O que lhes permitiria evitar um possível acúmulo de estoques e, portanto, baixos preços do petróleo".
Já em setembro, o grupo baixou ligeiramente sua meta (em 100 mil barris) e revelou que estava pronto para fazer mais. Se os rumores se confirmarem, seria a maior redução desde o choque da pandemia.
(Com informações da AFP)
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