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Na 1ª semana do 2º turno, Bolsonaro anuncia 3 iniciativas para baixa renda

Bolsonaro anunciou a antecipação do pagamento do Auxílio Brasil, a renegociação de dívidas e prometeu pagar o 13º do Auxílio Brasil para mulheres. - Alan Santos/PR
Bolsonaro anunciou a antecipação do pagamento do Auxílio Brasil, a renegociação de dívidas e prometeu pagar o 13º do Auxílio Brasil para mulheres. Imagem: Alan Santos/PR

Do UOL, em Brasília

06/10/2022 18h22Atualizada em 06/10/2022 18h22

Em apenas quatro dias da campanha pelo segundo turno, Jair Bolsonaro (PL) anunciou três iniciativas na área da economia: a antecipação do pagamento de outubro do Auxílio Brasil, o relançamento de um programa de renegociação de dívidas com a Caixa Econômica Federal e a promessa de pagar o 13º do Auxílio Brasil para mulheres a partir de 2023.

O atual presidente tem ajustado suas promessas de campanha para apresentar ao eleitor propostas semelhantes às do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que tenham apelo junto ao eleitor de baixa renda, segmento em que Bolsonaro tem mais dificuldades para crescer. Veja abaixo as 3 iniciativas anunciadas:

Auxílio Brasil

Antigo Bolsa Família, criado por por Lula, o Auxílio Brasil é a principal proposta de Bolsonaro para atingir o eleitor de baixa renda.

Na segunda-feira (3), algumas horas depois do resultado da eleição, a Caixa Econômica Federal anunciou a antecipação do calendário de pagamentos do Auxílio Brasil e Auxílio Gás para este mês. Agora, o último pagamento será feito cinco dias antes do segundo turno das eleições, no último domingo do mês (30).

Desde agosto o governo paga R$ 600 para as famílias cadastradas no programa. A gestão Bolsonaro, no entanto, defendia pagamento no valor de R$ 200 em 2020, quando começou a distribuir o benefício por causa da pandemia. O Congresso aprovou o valor de R$ 400, mantido até às vésperas desta eleição, quando Bolsonaro e parlamentares fizeram uma manobra fiscal para turbinar o Auxílio até o fim deste ano.

O presidente garante que, se reeleito, vai manter o valor de R$ 600 em 2023. A promessa também foi feita por Lula.

No entanto, o Orçamento de 2023 elaborado na gestão Bolsonaro não prevê esse montante. As contas indicam que há verba para bancar R$ 405, em média. Integrantes do governo têm dito que, após a eleição, vão buscar uma maneira de garantir o pagamento.

Renegociação de dívidas

Nesta quinta-feira (6), Bolsonaro anunciou o relançamento de um programa de renegociação de dívidas com a Caixa Econômica Federal. Apesar de ter sido lançado em 2019 pelo banco, o "Você no Azul" não era, até agora, bandeira de campanha de Bolsonaro.

Ele fez a divulgação durante uma transmissão em redes sociais e em meio à acirrada disputa eleitoral. Em 2019, a renegociação de dívidas foi anunciada em maio e sem a presença do presidente. Já tinha o mesmo formato: reduzir o valor da dívida em até 90%, desde que o cliente quitasse o débito à vista.

O programa não consta das propostas de governo apresentadas por Bolsonaro ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Lula, no entanto, lançou durante a campanha o "Desenrola Brasil", outra iniciativa para renegociar dívidas das famílias.

O ex-candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), apresentou desde a 2018 uma proposta para o contribuinte sair da lista de devedores.

13º para mulheres

Na tarde da segunda após a eleição, Bolsonaro divulgou em suas redes sociais que o governo federal vai pagar o 13º do Auxílio Brasil para mulheres a partir de 2023 —a legislação não permite que o pagamento seja feito em ano eleitoral.

Em 2020, no entanto, o presidente vetou o projeto que dava preferência a mãe solo para receber o auxílio de R$ 1.200. Por outro lado, seu adversário Lula, que criou o Bolsa Família, prometeu expandir e renomear o programa. Em agosto, o petista anunciou que pretende pagar R$ 150 por criança de até seis anos beneficiária do programa de transferência de renda.