Salvador é capital com gasolina mais cara, e Macapá, a mais barata; compare
A cidade de Salvador (BA) tem a gasolina comum mais cara entre as capitais do Brasil. De 9 a 15 de outubro, o preço médio do litro do combustível foi de R$ 5,56, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) divulgados na segunda-feira (17). Macapá (AP) tem o menor preço médio, de R$ 4,48. Na cidade de São Paulo, o valor médio da gasolina foi de R$ 4,72.
Na região metropolitana de Salvador, fica uma refinaria privatizada. Esses valores são médios e variam de um posto para outro. Em uma semana, o preço médio do litro da gasolina em Salvador subiu R$ 0,52, (+10,3%). O menor valor encontrado foi R$ 5,44, e o mais alto, R$ 5,59.
A alta em Salvador é muito maior do que a média do Brasil (1,5% no mesmo período, entre 9 e 15/10). Esta é a primeira vez depois de 15 semanas (quase 4 meses) que a gasolina comum voltou a ficar mais cara em todo o país.
O litro do combustível no Brasil foi vendido, em média, a R$ 4,86 nas bombas contra R$ 4,79 na primeira semana deste mês.
Refinaria privatizada na Bahia reajusta preços: O aumento coincide com os recentes reajustes feitos pela Refinaria de Mataripe, em São Francisco do Conde, região metropolitana de Salvador, a maior refinaria privada do país.
Controlada pelo fundo árabe Mubadala desde o final de novembro de 2021, Mataripe elevou o preço da gasolina em 2% e o do diesel S10 em 8,9% no último sábado (15). No sábado anterior, em 8 de outubro, a refinaria já havia anunciado um aumento ainda maior: 9,7% na gasolina e 11,3% no diesel S10.
A Refinaria de Mataripe, que sob o comando da Petrobras era chamada de Rlam (Refinaria Landulpho Alves), tem como principais mercados a Bahia e Sergipe, além de atender outros estados do Norte e Nordeste. Sua capacidade atual de abastecimento é de 14% de todo Brasil. Também exporta para Argentina e Estados Unidos.
Refinaria diz que segue mercado: Segundo a Acelen, empresa criada para gerir a refinaria da Bahia, os reajustes seguem os passos do mercado internacional, balizado pelo PPI (Preço de Paridade Internacional). A empresa justifica que os aumentos foram motivados pelo corte de produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
"A Acelen informa que os preços dos combustíveis produzidos na Refinaria de Mataripe seguem critérios de mercado, que levam em consideração variáveis como custo do petróleo, que são adquiridos a preços internacionais, dólar e frete, podendo variar para cima ou para baixo", informa, em nota.
Preços da Petrobras estão menores: Os combustíveis da Petrobras atualmente estão mais baratos em relação ao mercado internacional.
De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a gasolina vendida pela estatal nesta quarta-feira (19) tem defasagem de 5% (ou R$ 0,18 a menos) e do diesel, de 12% (ou R$ 0,70).
Etanol também tem influência na gasolina, diz especialista. Carla Ferreira, pesquisadora do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), diz que, além dos preços do mercado internacional, outro fator explica o aumento nos preços dos combustíveis na Bahia e outros pontos do país. O Ineep é ligado à Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Segundo ela, as chuvas no estado de São Paulo, principal produtor de etanol do Brasil, influenciaram o plantio e a colheita da cana-de-açúcar, matéria-prima do combustível, elevando o preço mesmo com uma demanda menor. No país, a gasolina comum tem até 27% de etanol em sua composição.
Eleições podem ter peso em novos reajustes. Ferreira avalia que o resultado do segundo turno para presidente, que têm Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na disputa, podem servir de termômetro para eventuais reajustes nos combustíveis que a Petrobras possa fazer a partir de 31 de outubro.
A especialista do Ineep avalia que a estatal vinha acompanhando muito de perto o sobe e desce do mercado estrangeiro. Ela ainda diz que essa sequência foi interrompida após a chegada do segundo turno por causa da importância do tema para a popularidade do presidente Bolsonaro, que tenta a reeleição.
Procurada, a Petrobras declara que, por questões concorrenciais, não pode antecipar decisões sobre manutenção ou reajuste de preços. "O monitoramento das cotações é feito diariamente e a decisão de atualizar os preços é integralmente técnica", diz, em nota.
Outro ponto que deve ser levado em conta são as movimentações internacionais. Se a pressão entre oferta e demanda causar uma nova subida de preços lá fora, é bem provável que a Petrobras lance mão de um novo reajuste após as eleições, diz Carla Ferreira.
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