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CNC: perdas do comércio com bloqueios nas rodovias podem superar as de 2018

Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fecha um trecho da Rodovia Dom Pedro, na altura do km 55, na região de Atibaia (SP) - 1°.nov.2022 - Luis Moura/WPP/Estadão Conteúdo
Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) fecha um trecho da Rodovia Dom Pedro, na altura do km 55, na região de Atibaia (SP) Imagem: 1°.nov.2022 - Luis Moura/WPP/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

02/11/2022 14h18Atualizada em 02/11/2022 14h28

As manifestações pró-golpe de caminhoneiros bolsonaristas que bloqueiam rodovias desde domingo (30), logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, podem causar perdas ao comércio superiores às das manifestações de 2018, estima a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

A confederação afirma que as interdições ilegais nas estradas, que questionam também a credibilidade do sistema eleitoral, indicam prejuízos diários superiores a R$ 1,8 bilhão, valor registrado na paralisação feita há quatro anos.

Em maio de 2018, a greve de caminhoneiros pela redução do diesel durou 10 dias e teve um custo para o varejo, em valores atuais, de R$ 18 bilhões.

De acordo com a CNC, as paralisações antidemocráticas de agora trazem um cenário mais grave para o setor, que ainda sente os impactos da pandemia de covid-19. Isso porque as empresas estão mais dependentes dos serviços de entregas terrestres, uma vez que seus estoques estão reduzidos.

O órgão avalia que as perdas devem ser graduais, uma vez que o varejo tem produtos estocados que, a depender da duração dos bloqueios, será consumido até a normalização do fluxo de mercadorias.

"Setores especializados na comercialização de produtos perecíveis tendem, inicialmente, a ser os mais impactados em razão da velocidade mais alta com a qual 'giram' esses estoques", afirma a entidade.

Entenda as manifestações antidemocráticas. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, bloqueiam rodovias com caminhões parados e pneus queimados pelo Brasil desde domingo, depois que Lula foi eleito presidente da República pela terceira vez.

As manifestações têm causado congestionamentos, afetam o abastecimento em indústrias, supermercados e postos de combustíveis, além de cancelar voos no aeroporto de Guarulhos. Os bloqueios aconteceram em 25 estados e no Distrito Federal.

Na segunda (31), o presidente do STF (Superior Tribunal Federal), ministro Alexandre Moraes, mandou a PRF (Polícia Rodoviária Federal) desbloquear as rodovias.

Entretanto, 15 estados são afetados até a tarde desta quarta-feira (2). Só em Santa Catarina, onde Bolsonaro venceu com 69,27% dos votos, há 35 bloqueios.

O que disse Bolsonaro. Em um pronunciamento feito na terça (1), 44 horas após a oficialização de sua derrota para Lula, Bolsonaro chamou os protestos que não aceitam a derrota nas urnas de "movimentos populares".

Os atos seriam, de acordo com ele, "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, com invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir." Presidente Jair Bolsonaro (PL)

Veja a seguir o número de ocorrências de bloqueios e interdições por estado:

  • Amapá: 0
  • Acre: 2
  • Alagoas: 0
  • Amazonas: 3
  • Bahia: 0
  • Ceará: 0
  • Distrito Federal: 0
  • Espírito Santo: 4
  • Goiás: 2
  • Maranhão: 1
  • Minas Gerais: 9
  • Mato Grosso: 30
  • Mato Grosso do Sul: 4
  • Pará: 17
  • Paraíba: 0
  • Pernambuco: 4
  • Piauí: 0
  • Paraná: 20
  • Rio de Janeiro: 0
  • Rio Grande do Norte: 0
  • Rondônia: 12
  • Roraima: 0
  • Rio Grande do Sul: 3
  • Santa Catarina: 36
  • Sergipe: 0
  • São Paulo: 3
  • Tocantins: 8