CNC: perdas do comércio com bloqueios nas rodovias podem superar as de 2018
As manifestações pró-golpe de caminhoneiros bolsonaristas que bloqueiam rodovias desde domingo (30), logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais, podem causar perdas ao comércio superiores às das manifestações de 2018, estima a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
A confederação afirma que as interdições ilegais nas estradas, que questionam também a credibilidade do sistema eleitoral, indicam prejuízos diários superiores a R$ 1,8 bilhão, valor registrado na paralisação feita há quatro anos.
Em maio de 2018, a greve de caminhoneiros pela redução do diesel durou 10 dias e teve um custo para o varejo, em valores atuais, de R$ 18 bilhões.
De acordo com a CNC, as paralisações antidemocráticas de agora trazem um cenário mais grave para o setor, que ainda sente os impactos da pandemia de covid-19. Isso porque as empresas estão mais dependentes dos serviços de entregas terrestres, uma vez que seus estoques estão reduzidos.
O órgão avalia que as perdas devem ser graduais, uma vez que o varejo tem produtos estocados que, a depender da duração dos bloqueios, será consumido até a normalização do fluxo de mercadorias.
"Setores especializados na comercialização de produtos perecíveis tendem, inicialmente, a ser os mais impactados em razão da velocidade mais alta com a qual 'giram' esses estoques", afirma a entidade.
Entenda as manifestações antidemocráticas. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado nas urnas, bloqueiam rodovias com caminhões parados e pneus queimados pelo Brasil desde domingo, depois que Lula foi eleito presidente da República pela terceira vez.
As manifestações têm causado congestionamentos, afetam o abastecimento em indústrias, supermercados e postos de combustíveis, além de cancelar voos no aeroporto de Guarulhos. Os bloqueios aconteceram em 25 estados e no Distrito Federal.
Na segunda (31), o presidente do STF (Superior Tribunal Federal), ministro Alexandre Moraes, mandou a PRF (Polícia Rodoviária Federal) desbloquear as rodovias.
Entretanto, 15 estados são afetados até a tarde desta quarta-feira (2). Só em Santa Catarina, onde Bolsonaro venceu com 69,27% dos votos, há 35 bloqueios.
O que disse Bolsonaro. Em um pronunciamento feito na terça (1), 44 horas após a oficialização de sua derrota para Lula, Bolsonaro chamou os protestos que não aceitam a derrota nas urnas de "movimentos populares".
Os atos seriam, de acordo com ele, "fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, com invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir." Presidente Jair Bolsonaro (PL)
Veja a seguir o número de ocorrências de bloqueios e interdições por estado:
- Amapá: 0
- Acre: 2
- Alagoas: 0
- Amazonas: 3
- Bahia: 0
- Ceará: 0
- Distrito Federal: 0
- Espírito Santo: 4
- Goiás: 2
- Maranhão: 1
- Minas Gerais: 9
- Mato Grosso: 30
- Mato Grosso do Sul: 4
- Pará: 17
- Paraíba: 0
- Pernambuco: 4
- Piauí: 0
- Paraná: 20
- Rio de Janeiro: 0
- Rio Grande do Norte: 0
- Rondônia: 12
- Roraima: 0
- Rio Grande do Sul: 3
- Santa Catarina: 36
- Sergipe: 0
- São Paulo: 3
- Tocantins: 8
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