Lula anuncia Mercadante para presidir BNDES: 'Privatização vai acabar'
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou hoje que o ex-ministro Aloizio Mercadante será o novo presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A indicação ocorreu em evento de encerramento dos seus grupos de trabalho, que trabalham na transição entre governos.
"Vai acabar a privatização no país, Mercadante. Vi críticas sobre você e que você vai ser presidente do BNDES. Não é mais boato. Aloizio Mercadante será presidente do BNDES", disse Lula.
Mais cedo, Mercadante —que também é coordenador técnico do governo de transição— fez duras críticas em relação à situação do governo atual e disse que haverá drásticas mudanças assim que o Lula tomar posse.
"Só de 'revogaço' tem 23 páginas, passando por uma peneira bem fina para avaliar cada medida e suas implicações e avaliar junto com o presidente o que será revogado", disse em relação aos 32 relatórios que foram produzidos pelos grupos de trabalho.
Mercadante afirmou que os documentos apresentam um diagnóstico muito preciso sobre suas diferentes áreas.
"O governo disse que a situação fiscal está muito boa. Tá muito boa para quem? Educação não tem livro didático, reajuste de merenda, bolsa de estudos da Capes. Na Saúde, não tem recursos para a Farmácia Popular, tratamento de câncer, em cada uma das áreas", citou. "Para qualquer área que a gente tem olhado não tem dinheiro: para a defesa civil, desastres naturais, não tem investimento em obras hídricas estruturantes e nem prevenção contra desastres naturais", continuou.
Na lista, o coordenador completou dizendo que não há precisão para o Bolsa Família, para o salário mínimo, que o DNIT recebeu o menor valor desde que foi criado, em 20 anos de história, não tem recurso para manutenção das estradas. "O diagnóstico é muito difícil".
De acordo com Mercadante, a PEC da Transição é indispensável ao País. "Temos que pagar 600 reais em janeiro e espero que os deputados votem o mais rápido possível", pediu. Segundo Mercadante, não há previsão de receitas para cobrir os buracos que a equipe tem encontrado. "Conseguimos desenhar nova estrutura de governo sem aumentar gastos com estrutura, racionalizando."
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