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Lingerie básica não precisa ser bege e chata, diz diretora da Hope

Do UOL, em São Paulo

30/01/2023 14h40

A roupa íntima básica não precisa ser bege e chata, ela pode trazer renda e cores — e essa é uma tendência que veio para ficar. É o que diz a sócia e diretora do Grupo Hope Sandra Chayo, em entrevista ao UOL Líderes.

Ela também falou sobre:

  • O comportamento de compra da consumidora após a pandemia.
  • A relação entre moda íntima e a cultura da sociedade.
  • A preocupação com o meio ambiente e o tecido biodegradável.
  • Os desafios de atuar em uma empresa familiar.
  • Os planos de expansão da empresa.

Ouça a íntegra da entrevista no podcast UOL Líderes. Você também pode assistir à entrevista em vídeo no canal do UOL no YouTube. Veja a seguir destaques da entrevista:

Do pijama ao fio dental

Na pandemia observamos que em um primeiro momento a venda de pijamas explodiu, aumentou 400%, depois vimos que a calcinha fio dental começou a vender muito mais. São alguns fenômenos que vão mostrando tendências não só de moda, mas de comportamento e que temos que observar para ser um guia no desenvolvimento de novos produtos.

Tecido biodegradável

A indústria têxtil é uma das que mais polui no mundo, então tem uma preocupação em inovar buscando a preservação do meio ambiente. O tecido biodegradável é uma das iniciativas. De tudo que a gente vende, 50% é feito com esse tecido. Vai se decompor em até três anos, em vez dos 50 ou até dos 200 anos que poderia levar.

Básico sem ser chato

O carro chefe da Hope é a linha mais básica. Temos uma linha de renda que é muito confortável, que hoje é o novo básico, que não precisa mais ser boring [chato], não precisa ser liso, bege. A gente traz muito a questão das cores e vimos que essa é uma tendência que veio para ficar.

Sandra Chayo, sócia e diretora do Grupo Hope - Diego Padgurschi e Editoria de Arte/UOL - Diego Padgurschi e Editoria de Arte/UOL
Sandra Chayo, sócia e diretora do Grupo Hope
Imagem: Diego Padgurschi e Editoria de Arte/UOL

Moda íntima e cultura

A moda íntima e a moda, no geral, interferem na cultura e na sociedade através dos tempos. Mais recentemente a gente viu aqueles sutiãs de enchimento, os sutiãs push-up, Vitoria's Secret, aqueles desfiles que mostravam curvas mais acentuadas. A explosão de cirurgias plásticas para implante de silicone que aconteceu por isso. E agora vejo um movimento contrário, de volta para o natural. Nas cirurgias, está acontecendo muito explante. Vemos que essa coisa de ser muito artificial e muito montada não é mais o caminho que queremos pregar como sociedade.

Empresa familiar

Empresa familiar é um desafio porque tem a coisa da intimidade, da convivência. A gente fala as coisas na cara, muitas vezes sem pensar, então tem que ter muito respeito entre as partes, e muito desprendimento de autoria das ideias. A vaidade pode atrapalhar muito. Respeitar o próximo, abrir mão de autorias, de vaidade, de ego, é o que vai fazer com que uma empresa familiar tenha um bom convívio.

Planos de expansão

A Hope hoje é um grupo com três marcas. A Hope, de moda íntima feminina e recentemente entramos no mercado masculino, lançando as cuecas. A Hope Resort, que é a marca de life style do grupo, um segmento que está crescendo muito. Temos um projeto de loja onde vendemos as duas marcas no mesmo espaço. E temos a Bon Jour Lingerie, marca de moda íntima feminina voltada para multimarcas. Com a Hope, a Hope Resort e essas lojas que unem as duas marcas, temos um projeto para 700 lojas até o final de 2025.

Quem é Sandra Chayo

Nome completo: Sandra Chayo
Data e local de nascimento: 2 de agosto de 1975/ São Paulo- SP
Nome oficial do cargo atual na empresa: Sócia e diretora do Grupo Hope
Primeiro emprego e cargo: Estagiária em arquitetura na Keep Construtora. Na Hope começou como estagiária na área de compras
Cargos de destaque na carreira: Diretora do Grupo Hope
Cidades em que morou: São Paulo
Graduação e pós - cursos e instituições: FAAP - Arquitetura
Família: Casada e 3 filhos
Hobbies: Minha família, viagens, leitura e atividades físicas (yoga, principalmente)
Um livro: "A viúva Clicquot", de Tilar J. Mazzeo, sobre a história de Madame Clicquot, do champanhe Veuve Clicquot. "Adoro biografias. Conhecer a fundo história de outros empreendedores me inspira. O livro conta a história de um império do champanhe e de uma mulher inspiradora que, mesmo séculos atrás, herdou um negócio, inovou em seu setor, soube fazê-lo prosperar e seus feitos ainda são utilizados até hoje na indústria da bebida."
Um filme: "À Procura da Felicidade", da diretora Gabriele Muccino. "É um filme emocionante, especialmente pela figura paterna do personagem interpretado por Will Smith. Eu sempre tive uma relação muito próxima com o meu pai, e por isso me emociona."
Time de futebol: Corinthians

Como é o Grupo Hope

Número de funcionários diretos da empresa: 1.200 funcionários
Vendas por ano: Cerca de 7 milhões de peças por ano
Países onde atua: Brasil
Principais concorrentes: Loungerie, Scala, Intimissimi, Lupo e Track & Field
Ano de fundação: 1966