Governo vai proibir publicidade de site de aposta que não pagar licença
Sites de apostas esportivas que não pagarem impostos e licença para operar no país não poderão fazer publicidade no Brasil.
O UOL apurou que o governo pretende cobrar licença de R$ 30 milhões para cada site operar no país, com exigência de abertura de sede no Brasil. A MP (medida provisória) que o Ministério da Fazenda prepara para tributar sites de apostas esportivas está quase pronta.
Quem não seguir as regras, não vai poder fazer publicidade e o veto inclui patrocínio a times de futebol. Levantamento da Fazenda indica que ao menos 38 times de futebol recebem algum patrocínio de sites de apostas esportivas "de cota fixa", que serão taxados a partir da publicação da MP.
Ainda falta bater o martelo sobre a alíquota que será cobrada e a estimativa de arrecadação. Ao UOL Entrevista no início de março, o ministro Fernando Haddad disse que o setor poderia gerar entre R$ 2 bilhões e R$ 6 bilhões aos cofres públicos.
Cálculos mais recentes feitos pela Fazenda estimam que uma arrecadação potencial entre R$ 6 bilhões e R$ 9 bilhões, apurou a reportagem. A MP vai ser apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de abril, quando ele voltar da China.
Depois que a MP for publicada, a Fazenda vai baixar portarias regulamentando como será a cobrança de impostos e os prazos para que as empresas se ajustem às novas regras. A iniciativa vai ajudar a compensar a perda de arrecadação com o aumento da isenção do teto do Imposto de Renda.
O que se sabe sobre o projeto do governo
- Cada licença vai custar R$ 30 milhões e valer por 5 anos
- As empresas precisam ter a licença e fazer um credenciamento para operar no país
- Os sites terão que abrir sede no Brasil e apresentar documentos com o CNPJ
- O governo também vai exigir que as companhias apresentem capital social mínimo. Valor ainda não está fechado
- Quem não apresentar essas condições vai ser proibido de fazer propaganda no Brasil -- seja anunciar na mídia ou fazer publicidade em camisa de time de futebol ou de outro esporte
Nesta quarta-feira (14), Haddad disse a jornalistas que o impacto sobre as contas ainda não está fechado porque não existe uma série histórica sobre o tema.
Não temos série histórica e nem conhecimento do setor. Temos que acumular informações que estão vindo do setor --mas não podem ser exclusivas deles-- para fechar a exposição de medidas e o cálculo de impacto sobre as contas públicas
Fernando Haddad
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