A precipitação de Carlos Lupi, ministro da Previdência, está por trás do aumento da taxa de juros do consignado do INSS. A análise é do jornalista Cesar Calejon, que explicou no UOL News desta terça como o 'voo solo' de Lupi, que anteriormente havia decidido reduzir esta taxa, causou constrangimento ao governo Lula.
O Lula disse de forma muito clara que as ideias precisam ser alinhadas, até para não ter o governo rendido. O Lupi tenta adotar uma medida incisiva. Nesse afã de produzir essa alteração e uma reforma, deu um passo um pouco precipitado, porque ter que voltar atrás de alguma forma manda uma série de mensagens deletérias para o governo."
Cesar Calejon, jornalista
Para Calejon, Lupi deveria ter sido mais cuidadoso ao tratar de um assunto tão delicado e conversar com os demais membros da equipe econômica para alinhar uma decisão. Ao voltar atrás, o ministro deixa uma mensagem negativa para o governo, na visão do jornalista.
Sabemos que o banco, por sua própria natureza, busca pelo lucro, sobretudo bancos privados. Quando os bancos públicos dizem que não dá para operar com a taxa de 1,7%, é lógico que está compreendida uma lógica de funcionamento que prima o lucro. Isso não vai mudar com base em medida arbitrária ou decreto. Cabe um pouco mais de negociação, alinhar com a Casa Civil e tomar cuidado para, a posteriori, não voltar atrás em medidas que foram definidas."
Cesar Calejon, jornalista
O que aconteceu:
- Na semana passada o CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social) decidiu pela redução da taxa máxima de juros do empréstimo consignado para beneficiários do INSS.
- A mudança no limite máximo de juros foi feita a pedido do ministro Carlos Lupi (Previdência). O teto de juros para os empréstimos passou de 2,14% para 1,70%. A taxa do cartão de crédito consignado também foi reduzida de 3,06% para 2,62%.
- Portanto, a decisão de manter a taxa entre 1.9% e 2% foi considerada um meio-termo entre os pleitos de Lupi e dos bancos.
- O conselho deve se reunir até a próxima semana para oficializar a nova taxa.
Calejon: Bolsonaro impedir 'voo solo' de Michelle é síntese do bolsonarismo
Cesar Calejon também apontou o caráter contraditório da nomeação de Michelle Bolsonaro como presidente do PL Mulher, mas com a autonomia comprometida pelo marido. O jornalista questionou como a ex-primeira-dama pode construir uma liderança política se ela precisa pedir permissão a Jair Bolsonaro para viajar pelo país.
Essa situação é a síntese do bolsonarismo. Não surpreende ele não querer que uma mulher tenha autonomia para, de alguma forma, substituí-lo. Ele age com grosseria, autoritarismo e individualismo peculiares a ele. É curioso e, no mínimo, caracteriza uma contradição irreconciliável o PL dar destaque para uma figura que está sendo cerceada em seguida."
Cesar Calejon, jornalista
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