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Haddad destaca desejo de proximidade com EUA e pede ajuda para Argentina

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, em encontro antes de reunião do G7 no Japão - ISSEI KATO/AFP
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, em encontro antes de reunião do G7 no Japão Imagem: ISSEI KATO/AFP

Do UOL*, em São Paulo

11/05/2023 09h42Atualizada em 11/05/2023 14h54

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu uma aproximação maior entre Brasil e Estados Unidos no encontro das autoridades financeiras do G7, em Niigata, no Japão, e aproveitou para levar a pauta da Argentina para a mesa de debates, dizendo que ajudar o país vizinho a se reerguer economicamente também se trata de uma questão "humanitária".

O que aconteceu?

Haddad foi convidado para o encontro das autoridades financeiras das sete maiores economias do mundo, embora o Brasil não integre o grupo. Hoje, ele se encontrou com a secretária de Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

Janet Yellen não demonstrou resistência aos acordos de Brasil e China, disse o ministro: "Uma das coisas que a secretária deixou claro é que ela não faz nenhuma objeção aos acordos comerciais que o Brasil faz, com a aproximação do Brasil com a China, em relação às parcerias estabelecidas. Mas eu manifestei nosso desejo de nos aproximarmos mais dos Estados Unidos", disse o ministro.

Yellen destacou Brasil na presidência do G20 e disse ter objetivos comuns com o país. "Todos nós devemos fazer parcerias para lidar com os desafios globais que enfrentamos hoje, e o papel do Brasil nesses esforços globais será fundamental em sua presidência do G20 no próximo ano".

"Como amigos e importantes parceiros comerciais, buscamos aprofundar nosso relacionamento econômico", completou, elogiando o que chamou de "progresso significativo do Brasil na modernização de seu sistema financeiro".

Argentina precisa do FMI, diz ministro

Haddad disse ter feito um relato à secretária do Tesouro americano sobre a crise econômica na Argentina "por razões históricas que vinham se acumulando", bem como as secas recentes, que afetaram as exportações.

Ele também destacou a crise política no país e o avanço de pautas de extrema direita como consequência da crise econômica e citou a proximidade das eleições presidenciais argentinas, marcadas para ocorrerem em outubro deste ano.

O ministro depois afirmou a jornalistas que Yellen "se surpreendeu" com o tema da Argentina, e se comprometeu a analisar as considerações.

A intercessão brasileira em nome da economia argentina acontece semanas após o encontro entre Alberto Fernández e Lula no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o petista se comprometeu a trabalhar para convencer o FMI a "tirar a faca do pescoço" da Argentina. "A solução para Argentina passa pelo FMI", destacou Haddad.

Estamos muito preocupados com o que está acontecendo com a nossa vizinha Argentina. E uma das coisas que me traz ao G7, por recomendação do presidente Lula, é sensibilizar o G7 e o G20 para as condições específicas da Argentina nesse momento. Nós trazemos essa preocupação por uma questão humanitária bastante evidente"
Fernando Haddad

Dívida dos EUA será pauta do encontro do G7

Um impasse em Washington sobre o aumento do teto da dívida norte-americana ofuscou a reunião dos líderes financeiros do G7, elevando os temores de uma recessão nos Estados Unidos à medida que os bancos centrais buscam um pouso suave para a economia global.

O presidente norte-americano, Joe Biden, sinalizou a chance de cancelar sua viagem para a cúpula do G7 na próxima semana se o impasse da dívida não for resolvido a tempo, alertando que o fracasso em aumentar rapidamente o limite dos empréstimos permitido pelo governo dos atuais US$ 31,4 trilhões pode levar a economia dos EUA à recessão.

A crise da dívida dos EUA é uma dor de cabeça para o Japão, que neste ano é o presidente do G7 e o maior detentor mundial da dívida dos EUA.

*Com informações de Estadão Conteúdo e Reuters