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Itaú é condenado a indenizar clientes após golpe da maquininha em show

O golpe ocorreu quando a filha da dona do cartão comprou duas camisetas por R$ 80 cada de um ambulante - Reprodução/Redes Sociais
O golpe ocorreu quando a filha da dona do cartão comprou duas camisetas por R$ 80 cada de um ambulante Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

06/06/2023 17h49Atualizada em 06/06/2023 17h50

O Itaú Unibanco S.A foi condenado a indenizar duas clientes (mãe e filha) após um golpe da maquininha ocorrido quando a jovem comprou camisetas de um ambulante com o cartão da genitora no show do Coldplay, em março.

O que aconteceu:

A magistrada Érika Ricci, da Primeira Vara Cível da Comarca de São Caetano do Sul (SP), mandou o Itaú restituir a dona do cartão nos valores de R$ 4 mil e R$ 5 mil cobrados no golpe.

A instituição financeira também deve indenizar mãe e filha em R$ 2,5 mil cada, totalizando R$ 5 mil (com correção monetária), por danos morais em razão da "falta de atenção" da instituição com as demandas das clientes.

O Itaú alegou à justiça que inexistia falha na prestação do serviço, já que o crime foi cometido por fraudadores e "imprudência" da filha da dona do cartão.

A juíza entendeu que não é possível repassar ao consumidor os riscos dos serviços disponibilizados pelo banco. A decisão foi proferida em 31 de maio.

O golpe ocorreu quando a filha da dona do cartão comprou duas camisetas por R$ 80 cada de um ambulante no show em São Paulo. O visor da máquina tinha problemas de conexão e foram três tentativas, colocando a senha, até o ambulante dizer que a compra foi efetuada.

A mãe ligou para a filha depois de cinco minutos, pois tinha recebido notificações dos gastos de R$ 4 mil e R$ 5 mil, fora do perfil de gastos da cliente. Imediatamente, a dona do cartão entrou em contato com o banco para avisar do caso, segundo a ação.

Cabe lembrar que tais inconvenientes não ocorreriam caso os bancos mantivessem uma estrutura de funcionários para dar atendimento à massa consumidora e se, por outra, as mesmas instituições dispusessem de um sistema efetivo de detecção de fraude para operações que ultrapassam vistosamente o perfil de gastos do cliente. Daí que a parcela de culpa da parte autora [clientes], se é que existiu, por não ser exclusiva, não afasta a responsabilidade civil do fornecedor de serviços."
Juíza em decisão

Itaú diz que segurança é uma das prioridades

Em nota ao UOL, o Itaú reforçou que as transações foram realizadas pela cliente com a utilização do seu cartão com chip e senha pessoal, dentro dos limites de crédito disponíveis.

A instituição bancária ressaltou que a orientação é que os clientes "não concluam transações em maquininhas com o visor danificado e fiquem atentos ao valor antes de digitar a senha pessoal nos dispositivos, além de sempre solicitar o comprovante de pagamento".

O banco disse que tem a segurança como uma de suas prioridades e investe frequentemente para fortalecer os sistemas e aplicativos e segue as diretrizes de órgãos reguladores para a proteção dos clientes.

O Itaú ressalta, ainda, que promove continuamente ações e campanhas de conscientização de segurança, utilizando todas as ferramentas de comunicação para orientar os clientes a se protegerem de golpes e fraudes. Inclusive, disponibiliza uma seção no site com informações completas sobre o tema: itau.com.br/seguranca."
Itaú em nota ao UOL