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CEO do Hurb deixa cargo após pouco mais de um mês em meio a crise

Otavio Brissant, ex-CEO do Hurb - Reprodução/Redes Sociais
Otavio Brissant, ex-CEO do Hurb Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

05/06/2023 21h52Atualizada em 06/06/2023 16h28

Otavio Brissant anunciou que deixou hoje o cargo de CEO do Hurb, que passa por uma crise com reclamações de clientes, demissões e proibição da Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor).

O que aconteceu:

Pelo Linkedin, Brissant disse que sai da empresa "após cerca de 40 dias" e por ter cumprido "minha missão ao construir e apresentar caminhos viáveis para a reestruturação da empresa".

Em um e-mail interno, ele falou que suas sugestões não foram acatadas quando ele tentou "propor caminhos viáveis para que a companhia supere os desafios que vem enfrentando, porém, sem consenso para execução, entendo que minha missão termina aqui".

"Tenho muita honra de ter feito parte de um time de excelentes profissionais, que ajudaram a democratizar as viagens", escreveu.

A empresa ainda não anunciou quem ocupará o cargo. Brissant assumiu com a renúncia de João Ricardo Mendes, que xingou e ameaçou clientes insatisfeitos nas redes sociais.

Crise piorou

A empresa já era alvo de reclamações por não cumprir o prometido na compra dos pacotes flexíveis, ou seja, sem data fixa, segundo relatos de clientes.

As queixas, no entanto, aumentaram "expressivamente", conforme a Senacon: até abril, foram registradas 11 mil reclamações este ano na plataforma consumidor.gov, enquanto em 2022 inteiro foram 12 mil notificações. O índice de resolução foi de 64,77% no ano passado, e caiu para 48,05% agora.

Assim, a secretaria proibiu na semana passada a comercialização dos pacotes flexíveis — os demais podem ser vendidos normalmente.

Para cumprir as adequações da Senacon, o Hurb passa por uma reestruturação, que incluiu um corte de 40% dos funcionários na terça-feira (30). A medida pegou os trabalhadores de surpresa, já que a direção da companhia jamais falou aberta sobre a dimensão da crise e não confirmou o número de demitidos.