Herança de bilhões e casa simples: como vive filho do ex-CEO da Microsoft

Herdar uma fortuna milionária é o seu sonho? O comediante Pete Ballmer, 29, tem essa sorte, mas está longe de ostentar luxos. Ele, junto com um irmão e uma irmã, é herdeiro de Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft e um dos homens mais ricos do mundo, cuja fortuna está avaliada em US$ 123,7 bilhões (cerca de R$ 615 bilhões).

Em entrevista recente ao Business Insider, Pete relatou que vive junto com a namorada em um apartamento de dois quartos, um banheiro e sem garagem.

Ele dirige um Ford Focus 2015, que comprou de seu irmão mais novo, e não costuma viajar de primeira classe.

Para se manter, produz o programa "Don't Tell Comedy" e faz em torno de cinco shows de stand-up por semana.

"Até o fim do ensino fundamental, meu entendimento era que minha família era rica, mas eu não sabia que éramos global e historicamente ricos. Eu sabia que meu pai era um cara importante na Microsoft e me lembro de um garoto me perguntando quantos banheiros minha casa tinha. Outra criança me perguntou aleatoriamente: 'Sua mãe dirige uma Mercedes?'. E eu pensei: 'Não, ela dirige um Ford Fusion'", disse.

Segundo Ballmer, quando eram crianças, seus pais ainda eram novatos no mundo dos milionários, assim como também estavam aprendendo a educar filhos e, por isso, usaram de modelo aquilo que tiveram em casa, em uma família sem luxos.

"Como não cresceram falando sobre riqueza, também não repassaram isso para a gente. A abordagem deles em relação ao dinheiro, em linhas gerais, era: se for algo de que você realmente precisa, podemos comprá-lo para você. A regra implícita era não desperdiçar; seja esperto sobre como você gasta seu dinheiro", lembra.

Com isso, mesmo os presentes de Natal e aniversário eram, relativamente, modestos. E, dependendo do que queriam, as próprias crianças precisavam comprar com suas mesadas.

Pete diz que recebia US$ 10 por semana, quando estava no ensino fundamental. Foi juntando este dinheiro e fazendo pequenos trabalhos remunerados que conseguiu comprar o primeiro smartphone - o pai ficou de pagar a conta mensal.

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"Tenho certeza de que pedi algum dinheiro aos meus pais aqui e ali, mas nunca foi: 'Basta nos pedir e nós lhe daremos o dinheiro'. Quer dizer, eu realmente não me importava com o que estava vestindo, e meus irmãos e eu estávamos bem em dirigir o velho Lincoln 98 do nosso pai", explicou.

O comediante tem consciência dos privilégios que tem, no entanto, sempre se esforçou para conseguir o que queria por seus próprios meios: chegou a ter uma empresa de paisagismos em sociedade com alguns amigos e, durante a faculdade (esta 100% bancada pela família), fez estágios em empresas de engenharia de software, mas garante que não teve indicações ou influência do pai para a contratação.

Aos 25 anos, quando seu avô morreu, chegou a pensar em abdicar da herança, mas entendeu que não seria muito esperto de sua parte fazer isso. "Eu estava no terceiro ano da faculdade e minha reação inicial foi recusar - eu ainda estava bastante desconfortável com a riqueza da minha família e imaginei que poderia conseguir um emprego bem remunerado em tecnologia e não precisaria do dinheiro deles. Porém, não recusei o dinheiro. Essa teria sido uma decisão muito tola", conclui.

Hoje, seu pai tem 67 anos e já começou a deixar os filhos cientes do que eles podem herdar um dia. "Conversamos sobre em que podem consistir nossos testamentos, como ter o dinheiro afeta o que escolhemos fazer em termos de carreira, como o dinheiro mudou ou não nos 'corrompeu' e a cautela que todos temos em relação à capacidade geral do dinheiro de fazer isso com as pessoas", disse.

"Obviamente, o dinheiro pode fazer muito por uma pessoa. Crescendo com uma vida confortável (e estando perto de pessoas que tinham vidas confortáveis), experimentei por mim mesmo e observei nos outros o fato de que você ainda pode ser infeliz apesar de ter muito dinheiro", finalizou.

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