Bye, Canadá? Criador do Angry Birds quer alunos brasileiros na Finlândia
Canadá, Reino Unido e Estados Unidos são destinos conhecidos para estudantes brasileiros de intercâmbio. Mas a CI Intercâmbio, referência para alunos que estudam fora, agora aposta na Finlândia como um país com potencial para a educação. E, para isso, conta com um parceiro um tanto inusitado: o criador do jogo Angry Birds.
Finlândia: líder em educação e felicidade
A novidade será lançada oficialmente em São Paulo. A feira CI Experience, que acontecerá neste sábado (13), terá a Finlândia entre os mais de 70 expositores. A empresa Finest Future, que ensina os alunos a apreenderem finlandês e sueco — os idiomas oficiais do país — será uma das representantes. Seu presidente é Peter Vesterbacka, cofundador do famoso jogo em que pássaros são arremessados na direção de porcos.
Vesterbacka estará no evento para divulgar a Finlândia. Fora do universo de jogos eletrônicos, o empresário oferecerá, em parceria com a CI Intercâmbio, um processo seletivo em que adolescentes de 13 a 17 anos estudarão online uma das línguas oficiais da Finlândia ao longo de 12 meses. Depois, será aplicado um teste que medirá a proficiência do aluno no idioma e, caso seja aprovado, poderá se candidatar para estudar em até três escolas de ensino médio, com duração mínima de um ano letivo.
A Finlândia sofre com a falta de mão de obra qualificada. O governo local defende a chegada de jovens preparados para se estabelecer em um país com baixos índices de fertilidade. Para isso, usa como cartão de visitas o título de melhor educação do mundo, concedido pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), e o país mais feliz do mundo por sete anos consecutivos, segundo o Relatório Mundial da Felicidade divulgado pelas Nações Unidas.
O ensino na Finlândia é público para quem estuda em finlandês ou sueco. Mas, para se aplicar no programa da Finest Future, é necessário desembolsar cerca de 8.800 euros (cerca de R$ 48 mil) no curso preparatório, além de bancar passagem e despesas com moradia e alimentação, por exemplo. Segundo Vesterbacka, o custo de vida de um estudante gira em torno de 700 (R$ 3.800) a 800 euros (R$ 4.300), valor que corresponde a cerca de 1/3 de um salário médio no país nórdico.
O objetivo inicial da Finest Future é modesto. De acordo com Vesterbacka, a primeira meta é embarcar "algumas centenas" de alunos brasileiros, mas espera alcançar a marca de 4.000 a 5.000 nos próximos anos, sem precisar uma data.
Na Finlândia, crescemos assistindo a filmes e programas de TV americanos. Aprendemos sobre o sonho americano, mas, ao contrário de outras nações, decidimos torná-lo realidade. Na Finlândia damos a todos, e não apenas a alguns, a oportunidade de procurar a felicidade.
Peter Vesterbacka, presidente da Finest Future, em entrevista ao UOL
Um país feliz, mas frio
O clima frio e o idioma desconhecido podem assustar os possíveis alunos. É essa a avaliação do diretor-executivo da CI Intercâmbio, Celso Garcia, que aponta também a facilidade do brasileiro de se adaptar a novos lugares.
A Finlândia também oferece ensino superior de graça. Essa é uma possibilidade para os estudantes brasileiros que forem aprovados para estudar o ensino médio no país. Por isso, o diretor da CI classifica o programa oferecido pela Finest Future, com o apoio do governo local, como um "projeto de vida".
Ele acredita no potencial educador e feliz do país nórdico. Garcia usa como exemplo o Canadá, que antes da queda das Torres Gêmeas era ignorado pelos alunos de intercâmbio e já é o destino mais comercializado para estudo há mais de 20 anos. Na sequência, aparecem Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda e Austrália para a companhia que embarcou cerca de 50 mil alunos em 2023.
Se eu vendesse curso do idioma finlandês, eu diria que não [vejo potencial para a Finlândia se destacar em vendas]. Mas como é um projeto de vida, é totalmente diferente.
Celso Garcia, diretor-executivo da CI Intercâmbio
O criador do Angry Birds diz que nada pode afastar os alunos de seu país. E, se ele acredita que os estudantes brasileiros têm muito a se beneficiar da educação finlandesa, os finlandeses também têm o que aprender com o Brasil. "Os jovens brasileiros são conhecidos por serem muito talentosos e motivados. Embora a Finlândia seja muito boa em educação, poderíamos ser melhores no futebol", conclui Peter Vesterbacka.
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