'Robôs humanoides vão auxiliar nas tarefas domésticas', prevê diretor da UR
O avanço tecnológico deve tornar as cenas de filmes realidade e colocar os robôs humanoides nas residências para auxiliar nas tarefas domésticas. É o que afirmou Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina, durante entrevista ao "UOL Líderes", videocast do UOL Economia com a participação de executivos do mundo empresarial.
Ainda sem saber antecipar quando o cenário se tornará realidade, Pineda destacou que os primeiros passos até a assistência doméstica já são observados nos grandes centros logísticos, com os equipamentos presentes nas áreas de preparação dos produtos. Entre os restaurantes, que têm atividades próximas às realizadas em casa, o diretor da fabricante de robôs com sede na Dinamarca observou que processo caminha de maneira mais lenta.
Não adianta ter um robô virando hambúrguer se o processo de entrada e saída ainda depende de alguém que pode demorar um pouco mais e atrapalhar esse fluxo. Só que essa realidade de ter robôs na indústria de preparação de alimentos também é uma tendência que chegará em pouco tempo.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
O executivo revelou que os robôs humanoides ainda não integram o portfólio da Universal Robots, mas reconheceu que as discussões a respeito da utilização dos equipamentos vão evoluir mundialmente em um curto espaço de tempo.
Existem, aproximadamente, dez empresas nas Américas, na Europa e na Ásia trabalhando com robôs humanoides de maneira muito avançada. Inclusive, temos visto montadoras fazendo grandes investimentos para avançar nessa área de robôs humanoides. Então, é só uma questão de tempo para começarmos a ver esses equipamentos andando entre a gente.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
Máquinas em evolução
Durante a entrevista, o executivo utilizou dados da IFR (Federação Internacional de Robótica) para destacar a expansão do mercado de robôs na China, que passou a consumir mais da metade dos robôs industriais do mundo. Entre os 553 mil robôs consumidos no mundo em 2022, 290 mil foram implementados na China. Segundo Pineda, o número faz parte da estratégia do país para ampliar a competitividade da produção local.
A China vem, há três anos, com o plano de instalar 1 milhão de robôs em cinco anos. Eles vão atingir essa marca e, para mim, é evidente que o efeito que eles estão procurando a longo prazo é justamente o ganho de eficiência, o ganho de produtividade e a melhoria dos processos para, justamente, manter o crescimento da economia.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
No Brasil, foram implementados cerca de 1.800 robôs no mesmo período. Pineda, no entanto, avaliou que existe uma ampla capacidade de expansão do mercado nacional. Ele afirmou que a Universal Robots atua ao lado da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e outros parceiros para estimular a atividade em território nacional.
O Brasil compra apenas 0,5% dos robôs do mundo, mas a gente vê um grande potencial do crescimento. É um mercado que tem todas as grandes multinacionais do mundo produzindo remédios, alimentos, bebidas, produtos de limpeza, cosmético, carros, implementos agrícolas, é uma potência industrial e uma potência na mineração. O Brasil segue sempre um país de enorme potencial e nós queremos estar aqui para poder contribuir.
Denis Pineda, diretor da Universal Robots na América Latina
O executivo também reforçou que a implementação dos equipamentos não está relacionada com o aumento do desemprego. Ele citou ainda que envelhecimento populacional e a redução da população em atividade abre espaço para a entrada maior dos robôs, cenário já recorrente em países da Europa e da América do Norte.
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