Mandou trancar por 100 anos: tesouro raro e caríssimo só agora vai a leilão
O magnata dinamarquês Lars Emil Bruun morreu em 1923 e deixou um testamento com uma ordem peculiar: sua vasta coleção de moedas, notas e medalhas, acumulada ao longo de mais de seis décadas, deveria ser mantida intacta.
O tesouro serviria como uma espécie de reserva de emergência para a coleção nacional da Dinamarca, caso o acervo dinamarquês fosse destruído.
Após um século, se tudo estivesse bem com a coleção, o tesouro pessoal de Bruun poderia finalmente ser vendido para beneficiar seus descendentes —e é isso o que vai acontecer agora. As informações são da CNN.
Início das vendas
No próximo mês, quase um ano após o término da ordem centenária, o primeiro conjunto de moedas da coleção pessoal de Bruun, composta por 20 mil peças, será leiloado. Várias vendas serão necessárias para esvaziar os cofres de Bruun, mas, quando concluída, será a coleção de moedas internacional mais cara já vendida, de acordo com a Stack's Bowers, casa de leilões especializada em moedas raras que organiza a venda.
A coleção L.E. Bruun está segurada por cerca de US$ 72,5 milhões (R$ 398,17 milhões). O site Stack's Bowers a descreve como a coleção de moedas mundiais mais valiosa já colocada no mercado.
O primeiro leilão ocorrerá em 14 de setembro, com mais de 280 lotes. As vendas incluem moedas de ouro e prata da Dinamarca, Noruega e Suécia, datadas do fim do século 15 até os últimos anos de vida de Bruun, com valor estimado em mais de R$ 54,9 milhões.
Um dos lotes que mais chama a atenção é o de uma moeda de ouro entre as mais antigas Escandinávia. O nobre de 1496 do rei Hans pode ser vendido por até R$ 3,7 milhões. Ao todo, o valor estimado para a primeira rodada de vendas é de pouco mais de R$ 71,4 milhões, de acordo com Stack's Bowers.
As moedas foram exibidas em várias feiras nos últimos meses e nas galerias da Stack's Bowers. Elas estarão expostas em Copenhague pouco antes do leilão.
Coleção e paradeiro misterioso
O paradeiro da coleção ao longo do século foi um mistério, conhecido por poucos. Bruun acreditava que esconder seu tesouro era uma causa nobre. Ele temia que a Coleção Real de Moedas e Medalhas da Dinamarca pudesse um dia ser bombardeada ou saqueada, após testemunhar a destruição causada pela Primeira Guerra Mundial.
Bruun começou sua coleção de moedas em 1859, quando criança, após herdar algumas moedas de seu tio. Filho de donos de estalagem e proprietários de terras, ele descobriu na juventude que a herança da família havia sido desperdiçada e herdou dívidas.
Com um empréstimo, iniciou um negócio no ramo de manteiga, acumulando fortuna com vendas e exportações. Com sua riqueza, tornou-se um colecionador prolífico de moedas e cofundador da Sociedade Numismática Dinamarquesa, em 1885.
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