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BC zera recolhimento compulsório sobre posição vendida em câmbio

Da Reuters, em Brasília

26/06/2013 09h22

O Banco Central zerou a alíquota do compulsório bancário sobre as posições vendidas em câmbio, de acordo com circular divulgada nesta terça-feira, retirando mais uma barreira no mercado de câmbio e que pode minimizar a pressão sobre o dólar neste momento de forte volatilidade internacional.

A medida entra em vigor imediatamente, produzindo efeitos "a partir do período de cálculo com início em 1º de julho de 2013", informou a autoridade monetária.

Até então, o BC exigia o recolhimento compulsório com uma alíquota de 60 por cento sobre as posições vendidas em câmbio de instituições financeiras que ultrapassassem 3 bilhões de dólares. Essa medida havia sido definida em janeiro de 2011 --e chegou a ser modificada algumas vezes até o perfil atual-- num momento de excesso de liquidez e desequilíbrio nos fluxos internacionais, com o dólar na casa de 1,60 real.

A situação atual é diferente, com os mercados agitados com a possibilidade de o Federal Reserve, banco central norte-americano, reduzir seu programa de compra de ativos e, desta forma, diminuir a oferta de dólares. Nos últimos dias, o dólar voltou a ser cotado a 2,20 reais, o maior patamar em quatro anos.

Por conta desse cenário de menor liquidez, os bancos atualmente mantêm posições compradas em dólar -- por verem a possibilidade de alta da moeda norte-americana--e, consequentemente, não estão recolhendo esse compulsório sobre posição vendida.

Neste mês, o governo também zerou a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre posição vendida líquida em derivativos cambiais.

Mesmo com essas medidas, a tendência é de que o dólar continue pressionado devido ao cenário externo ainda conturbado, avaliou o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.

"O viés ainda não é de valorização do real: o déficit de capitais vai continuar crescendo, mas também não há uma situação de descontrole. Eu acho que essa medida só ameniza essa situação. O que vai influenciar muito é o contexto internacional", afirmou ele, acrescentando que o BC deve continuar atuando no mercado de câmbio por meio de leilões de swaps cambiais, como tem feito nas últimas semanas.