Magnata chinês admite obstáculos para comprar 'New York Times'
NOVA YORK, 8 Jan (Reuters) - O empresário chinês do setor de demolições Chen Guangbiao redimensionou os planos de adquirir a empresa "The New York Times", pouco mais de uma semana depois de anunciar as intenções publicamente.
"O grau de dificuldade é elevado", disse ele na terça-feira por meio de um intérprete.
Chen, conhecido por seus ostensivos atos de filantropia, disse que não possui ações do "Times" nem pretende comprar os papéis ordinários da companhia, e comentou que a direção da empresa rejeitou um pedido de reunião.
A empresa, que edita o jornal homônimo, tem um valor de mercado de US$ 2,3 bilhões. Chen, que há dois anos prepara uma proposta pelo prestigioso jornal, disse na semana passada que estimava o valor da NYT em US$ 1 bilhão.
A família Ochs-Sulzberger, dona do "Times" há mais de um século, controla a companhia por meio de um fundo de ações com direitos especiais de voto.
Em 5 de janeiro, o chinês publicou no jornal "The Global Times" um artigo em que pedia aos leitores que não tratassem sua intenção de comprar o jornal como golpe ou piada.
Mas, recentemente, Arthur Sulzberger Jr., presidente da NYT, disse que o jornal não está à venda. Uma porta-voz do jornal recusou-se a fazer comentários sobre Chen.
Chen, cuja empresa se dedica à demolição de prédios e edifícios, disse em entrevista na terça-feira que ainda cobiça o jornal, mas que espera encontrar um empreendedor norte-americano com o qual se associar na compra.
A entrevista ocorreu após uma entrevista coletiva de uma hora, em Nova York, na qual Chen abordou tópicos como seu desejo de demolir a velha ponte da baía de San Francisco até os protestos por parte do movimento religioso chinês Falun Gong.
Vestindo terno escuro, gravata listrada azul e dourada e usando maquiagem para as câmeras, Chen, logo depois das suas declarações iniciais, cantou uma música que compôs para a paz mundial.
(Reportagem adicional de Megha Rajagopalan, em Pequim)
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