CPFL espera solução negociada com governo sobre déficit hidráulico em até 45 dias
SÃO PAULO (Reuters) - A CPFL Energia, segunda maior geradora privada do país, espera ter em 30 a 45 dias uma solução negociada com o governo federal para a previsão do déficit de geração de energia hidráulica neste ano, que deve produzir impactos de bilhões de reais nas contas do setor.
"É razoável pensar que em 30 e 45 dias tenhamos soluções para mitigar o efeito do GSF para os agentes e para a própria sociedade, pois ao removermos algo que tem gerado perturbação financeira nos agentes, a gente mantém o nível de atratividade das gerações hidrelétricas que serão leiloadas no futuro", disse nesta sexta-feira o presidente-executivo da CPFL, Wilson Ferreira Jr., em teleconferência com analistas.
O GSF é um indicador de déficit de geração de energia hidrelétrica por conta de riscos hidrológicos que obriga as geradoras a comprar energia no mercado a preços elevados para cumprir contratos de fornecimento.
Como o nível das hidrelétricas do país está baixo por causa das fracas chuvas do ano passado, os reservatórios das usinas estão sendo poupados, o que torna a geração hidráulica menor.
Segundo Ferreira Jr., o GSF em 2015 será de 16,8 por cento, acima dos cerca de 8 por cento no ano passado, considerando uma perspectiva de que a carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) neste ano ficará estável sobre 2014.
A companhia encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de 470 milhões de reais, alta de 45,5 por cento sobre o resultado obtido um ano antes. Mas o desempenho foi impactado por gastos relativos ao GSF, de 128 milhões de reais.
O executivo comentou que espera "bastante competição" no leilão de energia de fontes eólicas e térmicas a biomassa que ocorre em abril, uma vez que preços-teto mais elevados aprovados devem ser "capazes de atrair número maior" de participantes.
Ferreira Jr. reafirmou que a CPFL Energia segue atenta a oportunidades de crescimento via aquisições, mas que diante de incertezas sobre as regras para a renovação de concessões de distribuição, não espera movimentos de consolidação no setor no curto prazo. Já no segmento de geração, o executivo afirmou que CPFL está "em condições de avaliar", mas não deu detalhes.
As ações da CPFL exibiam alta de 1,2 por cento às 14h27, enquanto o Ibovespa mostrava recuo de 1 por cento. A empresa está propondo uma bonificação de 3,195 por cento aos acionistas, por meio de uma emissão de 30.739.955 ações.
O executivo comentou ainda que a CPFL "está muito atenta" à inadimplência dos consumidores, após elevados reajustes extraordinários de tarifas de distribuidoras aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recentemente.
Para os próximos anos, o presidente da CPFL afirmou que espera por uma queda de cerca de 10 por cento nas tarifas de energia entre 2016 e 2017, apoiada na ampliação do prazo de empréstimos tomados pelas distribuidoras junto a bancos.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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