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Paralisação de caminhoneiros continuará na 4ª-feira, redução da Cide "não resolve", diz Abcam

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

22/05/2018 17h53

SÃO PAULO, 22 Mai (Reuters) - A paralisação dos caminhoneiros autônomos do país, iniciada na segunda-feira (21), deve continuar nesta quarta-feira (23), apesar do aceno feito pelo governo nesta terça-feira (22) com a redução de um dos tributos que incidem sobre o preço do diesel.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em sua conta no Twitter que a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) será zerada com o objetivo de reduzir o preço dos combustíveis. Segundo Maia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), e ele acertaram com o governo do presidente Michel Temer essa medida.

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Porém, o presidente da Abcam, entidade que organiza o movimento dos caminhoneiros autônomos do país, José da Fonseca Lopes, afirmou que a redução da Cide não é suficiente.

"Isso não resolve o problema, a gente quer ser ouvido. Queremos que os tributos no óleo diesel sejam zerados. A Cide representa 1% dos tributos que incidem no combustível", disse Lopes em resposta a questionamento sobre a possibilidade da paralisação dos caminhoneiros ser suspensa após o anúncio de Maia.

300 mil caminhoneiros de greve, diz entidade

A Abcam estima que cerca de 300 mil caminhoneiros tenham participado dos protestos desta terça-feira, ante 200 mil no dia anterior. A entidade representa cerca de 600 mil caminhoneiros autônomos de um total de 1 milhão de motoristas no Brasil.

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que os protestos dos caminhoneiros estão gerando problemas pontuais no país, mas montadoras de veículos, incluindo General Motors, Ford e Fiat, um dos poucos setores da economia a apresentar recuperação vigorosa da crise, reportavam problemas logísticos ou paralisações de produção nesta terça.

Segundo a Abcam, foram registrados protestos em 23 estados. A última vez que os caminhoneiros promoveram protestos em âmbito nacional foi no início de 2015, quando exigiram redução de custos com combustível, pedágios e tabelamento de fretes.

Os protestos duraram vários dias e paralisaram dezenas de rodovias em um movimento que afetou as exportações do país. Os caminhoneiros suspenderam o movimento quando o governo da então presidente Dilma Rousseff aprovou a chamada Lei do Caminhoneiro, que reduziu custos em rodovias com pedágios.

(Por Alberto Alerigi Jr., edição de Maria Pia Palermo)

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