IPCA desacelera em julho com queda dos alimentos após impacto de greve dos caminhoneiros
Por Rodrigo Viga Gaier e Patrícia Duarte
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 8 Ago (Reuters) - A inflação oficial no Brasil desacelerou em julho pela primeira vez em dois meses, com perda de força da pressão provocada pela greve dos caminhoneiros, o que ajudará o Banco Central a não ter de mexer na taxa básica de juros tão cedo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,33 por cento no mês passado, após alta de 1,26 por cento em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira. Ainda assim, foi o maior avanço para julho desde 2016 (+0,52 por cento).
Em 12 meses, o indicador acumulou avanço de 4,48 por cento, praticamente no centro da meta de inflação, de 4,50 por cento, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. O IPCA-15 de julho, prévia do IPCA, havia superado essa marca pela primeira vez em mais de um ano.
A desaceleração do IPCA mensal já era esperada, mas foi menos intensa do que as projeções de analistas ouvidos pela Reuters, de alta mensal de 0,27 por cento e de 4,40 por cento em 12 meses.
"O IPCA tem a ver principalmente com o fim do efeito da greve dos caminhoneiros. Ao longo do mês houve um aumento na oferta de produtos agrícolas, seja por ser o momento da safra seja pela normalização da distribuição dos produtos afetados pela greve", explicou o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves.
No fim de maio, caminhoneiros bloquearam rodovias do país em protesto contra a alta do preço do diesel, forçando fazendeiros a abater aves e descartar leite, além de causar desabastecimentos de diversos produtos.
Segundo o IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas teve deflação de 0,12 por cento em julho, após marcar a maior alta dos últimos 29 meses em junho (2,03 por cento). Um dos destaques ficou para a cebola, cujos preços caíram 33,50 por cento em julho, frente alta de 1,42 por cento no mês anterior.
A alta dos preços de Habitação (1,54 por cento) e Transportes (0,49 por cento) desacelerou de junho para julho, mas os dois grupos foram os que mais contribuíram na composição do índice.
O destaque ficou para o item energia elétrica, cujos preços saltaram 5,33 por cento no mês passado, apesar de terem ficado mais fracos do que junho (+7,93 por cento). A continuidade da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, no geral, continuou pesando.
Na semana passada, o BC deixou a Selic na mínima de 6,50 por cento pela terceira reunião seguida e sugeriu que não deve elevá-la por enquanto, citando as expectativas de inflação sob controle
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.