Bovespa avança guiada por Ultrapar e com eleição e Fed no radar; CCR e Ecorodovia recuam

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta quarta-feira, liderado pela alta das ações da Ultrapar, enquanto agentes financeiros seguem atentos ao andamento da disputa presidencial, com novas pesquisas no radar, e aguardam decisão de juros nos EUA.

Às 12:16, o principal índice de ações da B3 subia 0,67 por cento, a 79.153,7 pontos. O volume financeiro somava 3,54 bilhões de reais.

Do front eleitoral, sondagem do instituto Paraná Pesquisas mostrando que o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, segue firme na liderança da corrida pelo Palácio do Planalto, com 31,2 por cento das intenções de voto, atraía as atenções.

Conforme o levantamento, o petista Fernando Haddad subiu quase 12 pontos para se isolar no segundo lugar, com 20,2 por cento das intenções de votos. Na sondagem anterior do Paraná Pesquisas, divulgada no dia 12, Bolsonaro tinha 26,6 por cento, enquanto Haddad estava com 8,3 por cento.

O mercado aguarda para as 14 horas novo levantamento Ibope, preparado a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

No exterior, as atenções estão voltadas para a decisão de política monetária do banco central dos Estados Unidos, com o mercado aguardando uma elevação de juros. Em Wall Street, o S&P 500 subia 0,17 por cento.

Analise técnica da Bradesco Corretora afirma que o Ibovespa ensaia a retomada da tendência de alta no curto prazo, que será confirmada se o índice superar os 80 mil pontos, conforme relatório distribuído a clientes.

Profissionais da área de renda variável também têm observado fluxo de entrada de recursos de estrangeiros para ações brasileiras, acompanhando movimento em outros mercados emergentes, o que ajuda a explicar ganhos do Ibovespa. Dados da B3 mostram que, na semana passada, houve entrada líquida de mais de 2 bilhões de reais na Bovespa.

DESTAQUES

- ULTRAPAR avançava 5,67 por cento, a 38,80 reais, tendo no radar relatório de analista da XP Investimentos iniciando a cobertura das ações com recomendação de 'compra' e preço-alvo de 55 reais, conforme enxerga um futuro melhor para a Ipiranga, negócio de distribuição de combustíveis do grupo. No ano, os papéis ainda acumulam perda ao redor de 48 por cento.

- EMBRAER valorizava-se 1,61 por cento, após anunciar que fechou contrato com a companhia aérea suíça Helvetic Airways para pedido firme de 12 jatos E190-E2, no valor de 730 milhões de dólares, com base nos atuais preços de lista. Além disso, o Bradesco BBI elevou a recomendação dos American Depositary Receipts (ADRs, recibos de ações negociados nos EUA) da companhia para 'outperform'.

- CCR e ECORODOVIAS recuavam 5,26 e 3,09 por cento, respectivamente, após concessionárias controladas pelas empresas serem alvo de operação de busca e apreensão da Polícia Federal, com prisão de executivos, em aprofundamento de investigação no âmbito da Lava Jato sobre um esquema de corrupção na concessão de rodovias federais no Estado do Paraná.

- VALE perdia 3,02 por cento, após fechar em nova máxima recorde na véspera, alinhada ao declínio de outras mineradoras no exterior.

- BRADESPAR PN recuava 0,37 por cento, revertendo os ganhos do começo da sessão, quando subiram mais de 4 por cento, encontrando suporte no anúncio de que a holding e a Litel Participações devem formalizar nesta quarta-feira acordo que prevê o pagamento de até 2,82 bilhões de reais para a Elétron, do empresário Daniel Dantas, para encerrar todos os litígios em curso.

- ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,56 por cento, endossando a melhora no pregão brasileiro, em sessão positiva para o setor bancário, com BRADESCO PN valorizando-se 0,5 por cento, SANTANDER BRASIL UNIT avançando 0,39 por cento e BANCO DO BRASIL em alta de 1,18 por cento.

- PETROBRAS PN mostrava elevação de 0,60 por cento, também reagindo a expectativas com a cena política, apesar do declínio nos preços do petróleo no exterior.

(Por Paula Arend Laier)