Estudo do BC do Japão identifica falhas em manter juros negativos e sinaliza debate sobre custos de estímulos
TÓQUIO (Reuters) - Um instituto de pesquisa afiliado ao banco central do Japão divulgou um estudo acadêmico argumentando que o abandono da taxa de juros negativa pode ajudar a acelerar a inflação, sinal de que um debate dentro do Banco do Japão sobre o crescente custo do afrouxamento monetário prolongado está crescendo.
Embora o documento não represente a visão oficial do banco central, ele foi interpretados por alguns participantes do mercado como um sinal de que o Banco do Japão está se tornando mais aberto a debater um futuro fim de seu programa de estímulo massivo.
"O documento provavelmente não terá grandes implicações para a política monetária de curto prazo", disse Ryutaro Kono, economista-chefe do BNP Paribas.
"Mas há uma boa chance de que algumas dessas pesquisas possam afetar o debate dentro da diretoria do Banco do Japão", disse ele.
O trabalho acadêmico de Junko Koeda, professor da Universidade de Waseda que não é funcionário do Banco do Japão, usa modelos econômicos para simular como o aumento da taxa de juros nominal para zero por cento, de -0,1 por cento, poderia afetar a economia e a inflação.
Os resultados mostram que manter as taxas negativas por um longo período teria pouco efeito em aumentar a inflação, em um momento em que o banco central tem munição limitada para estimular a economia.
O Banco do Japão introduziu o sistema de taxa de juros negativa em 2016. Ele agora orienta os juros de curto prazo a -0,1 por cento e, de longo prazo, em torno de zero por cento, para atingir sua meta de inflação de 2 por cento.
A inflação fraca forçou o banco central a manter o programa de estímulo radical, apesar do aumento dos custos, como o impacto sobre os lucros das instituições financeiras devido a anos de juros próximos de zero.
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