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Vale diz que chuvas afetaram produção no sistema norte e atualiza projeção

Roberto Samora

São Paulo

16/04/2019 20h33

SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora Vale informou nesta terça-feira que suas vendas de minério de ferro e pelotas em 2019 ficarão no centro da faixa de 307 milhões a 332 milhões de toneladas da previsão anunciada após o desastre de Brumadinho (MG).

A avaliação da empresa leva em conta o cenário de produção em Minas Gerais, impactado por paradas de minas, e também fortes chuvas no Maranhão, em março e abril, que atingiram os embarques no terminal de Ponta da Madeira, o transporte ferroviário na EFC e, por consequência, a produção do sistema norte, o principal da Vale.

Havia inicialmente expectativa de que a produção ao Norte do país, onde estão situados Carajás e o mega empreendimento S11D, poderia compensar parte da perda na extração em Minas Gerais, impactada severamente pelo desastre de Brumadinho, ao final de janeiro.

A Vale, maior produtora global de minério de ferro, não detalhou o impacto das chuvas na produção do sistema norte.

Em 2018, da produção de 384,6 milhões de toneladas de minério de ferro da Vale, o sistema norte respondeu por 193,6 milhões de toneladas.

A atualização do guidance foi feita após decisão judicial nesta terça-feira que liberou a retomada da mina de Brucutu, a maior da companhia em Minas Gerais. Segundo a empresa, operações no local poderão ser retomadas em até 72 horas.

Antes do rompimento da barragem de Brumadinho, a Vale projetava vender 382 milhões de toneladas neste ano.

A retomada de Brucutu, com capacidade para produzir 30 milhões de toneladas por ano, na cidade de São Gonçalo do Rio Abaixo, poderia amenizar o impacto de outras paralisações de operações na Vale, na sequência do rompimento mortal da barragem.

A mina de Brucutu foi paralisada no início de fevereiro, após ação movida pelo Ministério Público mineiro, seguindo o desastre que vitimou 277 pessoas, entre mortos e desaparecidos (48).

Enquanto a oferta de minério da Vale deve cair, os preços da commodity na China engataram forte alta. Desde 25 de janeiro, acumulam alta de mais de 25 por cento.

(Por Roberto Samora)