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Bolsas dos EUA caem mais de 7%, mesmo após parada, na maior queda desde 2008

Stephen Culp

09/03/2020 17h23Atualizada em 09/03/2020 19h28

NOVA YORK, 9 Mar (Reuters) - Wall Street sofreu hoje a sua maior perda intradiária desde a crise financeira de 2008, conforme as preocupações com uma possível recessão se acentuaram com a queda dos preços do petróleo e os contínuos temores do coronavírus, que geraram pânico entre investidores.

Os três principais índices acionários dos Estados Unidos caíram acentuadamente na abertura do pregão, provocando interrupções nas negociações —mecanismo estabelecido após o "crash" da "Segunda-feira Negra", de 1987.

A Dow Jones despencou 2.000 pontos, um recorde em relação ao início das operações, em dia que marcou o 11º ano do atual ciclo de alta do mercado.

Durante a sessão, a Dow ficou a cerca de um décimo de 1% de confirmar um mercado de baixa —definido por patamar 20% abaixo do seu pico recorde.

O S&P 500 fechou cerca de 19% abaixo do seu recorde histórico, em 19 de fevereiro.

"Certamente é um [dia] para os livros de história", disse Matthew Keator, sócio-gerente do Keator Group, empresa de gestão de patrimônio em Lenox, Massachussets. "Os mercados estão agora precificados em uma alta probabilidade de recessão".

Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities em Nova York, concordou. "Há muito medo no mercado e, se o preço do petróleo continuar em queda, é uma indicação de que a recessão global não está longe", afirmou.

O índice de volatilidade do CBOE, um indicador da apreensão dos investidores, alcançou seu nível mais elevado desde dezembro de 2008.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA com vencimento em 10 anos afundaram brevemente para 0,318%, uma mínima recorde.

A venda de ativos começou no fim de semana, quando um pacto de fornecimento de petróleo entre a Arábia Saudita e a Rússia entrou em colapso e os dois países prometeram aumentar a produção, em meio ao enfraquecimento da demanda global devido ao coronavírus e a sinais de desaceleração econômica.

Os preços do petróleo sofreram a maior queda diária desde a Guerra do Golfo de 1991, com os futuros de petróleo bruto Brent fechando em queda de 23,88% e do WTI para o mês à frente recuando 25,1%, fazendo com que o índice S&P Energy depreciasse 20,1%, a maior queda diária já registrada.

Os mercados globais já estavam no limite, com casos confirmados em todo o mundo de covid-19 ultrapassando os 110.000, causando uma interrupção generalizada em fornecimentos e medidas de quarentena em larga escala, à medida que os governos tentam conter o surto.

O Dow Jones recuou 7,79%, para 23.851,02 pontos, o S&P 500 perdeu 7,60%, para 2.746,56 pontos, e o Nasdaq Composite teve queda de 7,29%, para 7.950,68 pontos.