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Coronavírus: Mansueto prevê déficit nominal entre 12% a 13% do PIB em 2020

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida - Adriano Machado/Reuters
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida Imagem: Adriano Machado/Reuters

28/04/2020 18h03

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou nesta terça-feira que o déficit nominal do país deverá encerrar o ano entre 12% a 13% do Produto Interno Bruto (PIB), em razão das despesas com medidas relacionadas à pandemia do coronavírus.

"O Brasil, que é uma economia emergente, está encaminhando-se para um déficit nominal na casa de 12%, 13% do PIB, que é expressivo. Então isso não é um esforço pequeno", disse ele em videoconferência promovida pelo Banco BV.

Segundo Mansueto, a previsão é de que o país encerre o ano com um déficit primário próximo de 8% do PIB, enquanto a Dívida Pública Bruta deverá ficar entre 85% a 90% do PIB. Apesar disso, ele frisou que, em 2021, a trajetória do ajuste fiscal será retomada, com o cumprimento do teto de gastos e o avanço de reformas estruturais no Congresso, como a administrativa e tributária.

Ao ser questionado sobre a contrapartida ao pacote de auxílio a Estados e municípios de congelamento de salários de servidores públicos por 18 meses, o secretário do Tesouro destacou que a "economia principal vem dos Estados e municípios", uma vez que o governo federal já não tinha aumento programado para o funcionalismo no próximo ano.

"Quando você coloca uma trava, como isso que está sendo colocado como contrapartida, de fato a gente vai ter uma economia que em um ano, no período de 12 meses, chega entre 60 bilhões a 70 bilhões de reais. Como o prazo é maior, é de um ano e meio, claramente você pode ter uma economia perto de 100 bilhões de reais, entre 80 a 100 bilhões de reais de não crescimento da folha de pessoal de Estados e municípios", pontuou.

Mansueto também afirmou, sem dar detalhes, que a equipe econômica negocia implementar no projeto de lei, que atualmente tramita no Senado, uma definição "mais rígida" de despesa com pessoal.

Discorrendo sobre a conjuntura macroeconômica, o secretário do Tesouro reconheceu que a interrupção abrupta do setor de serviços, em decorrência do coronavírus, gera uma queda significativa de parcela da atividade econômica que não é recuperada posteriormente.

Ele ponderou, contudo, que o fato de o Brasil ter promovido medidas de isolamento social em um estágio ainda inicial da disseminação do novo coronavírus gera algum otimismo.

"Acho que a gente pode ver eventualmente alguma surpresa na retomada da atividade, por exemplo, se a gente não tiver que ficar um tempo tão longo em lockdown", observou.