Sachsida vê projeção de crescimento do PIB para 2021 conservadora e defende Bolsonaro

O secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, afirmou que o crescimento da economia de 3,2% estimado pelo Ministério da Economia para o próximo ano é conservador, e que o número poderá ser melhor com o avanço da agenda de reformas e com a consolidação fiscal.

Em coletiva de imprensa, ele disse ainda que a perspectiva de queda de 4,7% para o PIB (Produto Interno Bruto) para 2020, mantida pela SPE hoje, reflete que as políticas econômicas adotadas pelo governo para o enfrentamento à pandemia de coronavírus tiveram sucesso.

Relacionadas

Guedes perde apoio de bolsonaristas que o defendiam no Congresso

Governo mantém previsão de -4,7% para o PIB; mercado vê queda de 5,11%

Alta dos alimentos vai durar uns meses, depois volta ao normal, diz secretário

"Apesar de a crise estar severa, ela está muito menos severa do que muitos previram no começo dessa pandemia", disse.

Bolsonaro

Sachsida defendeu que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é sim alinhado à agenda da equipe econômica, e que ele apenas não quer que ideias em estudo sejam tornadas públicas.

A fala veio após Bolsonaro ter pontuado nesta manhã que o governo não irá mais criar o programa Renda Brasil e continuará apenas com o Bolsa Família.

O time do ministro Paulo Guedes estudou inicialmente uma focalização de programas sociais e, posteriormente, eventual mudança em regras de benefícios para aumentar os recursos ao Bolsa Família, rebatizando-o para que, mais robusto, virasse uma marca da gestão Bolsonaro. Ao G1, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, chegou a sinalizar que entre as medidas em estudo, estava a desindexação das aposentadorias do salário mínimo.

"O presidente é um parceiro na agenda de reformas pró-mercado. Nós fomos eleitos com essa pauta, você olha o grande apoio que o ministro Paulo Guedes tem nessa pauta e nós estamos avançando", disse Sachsida, em coletiva de imprensa.

"O que me parece que o presidente Bolsonaro coloca corretamente é que as discussões não podem ser públicas. Você não pode ficar lançando ideias publicamente, acho que foi isso que ele deixou claro", disse.

Em vídeo publicado em suas redes sociais, Bolsonaro destacou que até 2022 está proibido em seu governo falar em Renda Brasil.

"Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final", afirmou o presidente.

Sobre o aumento recente do preço de alimentos, Sachsida afirmou que a questão da inflação é localizada e transitória. Segundo o secretário, a elevação nos produtos "não é processo inflacionário, se assemelha muito mais a mudança de preços relativos".

Ele disse ainda que o preço dos alimentos subiu, mas depois irá se normalizar, da mesma maneira como aconteceu com as carnes no passado.