Guedes perde apoio de bolsonaristas que o defendiam no Congresso
Anunciado como "superministro" em 2018, Paulo Guedes (Economia), enfrenta cobrança de Jair Bolsonaro (sem partido) e perde apoio entre os aliados fiéis do presidente. Na manhã de hoje (15), minutos após Bolsonaro falar em "cartão vermelho" para equipe econômica, diferentes apoiadores endossaram as críticas feitas às propostas do time de Guedes.
No vídeo, o presidente desautorizou a equipe de Guedes e disse que proibiu a discussão sobre o programa Renda Brasil (proposta para ampliar o Bolsa Família). O presidente afirmou que vai manter o projeto criado na gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), foi direto ao compartilhar o vídeo e dizer que "o recado está dado". O vídeo do presidente foi compartilhado também pelo deputado Marco Feliciano (Republicanos-SP), um dos expoentes da bancada evangélica, base de apoio do governo.
Quando ainda era líder do governo, Vitor Hugo montou uma estratégia com a base para ajudar a blindar Guedes de ataques da oposição em uma comissão na Câmara. Até então, o ministro era um dos principais ativos do governo junto aos parlamentares.
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) disse que o recado "novamente" está dado e chamou imprensa de "biltre" (canalha, desprezível).
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) criticou o trabalho da imprensa. Ele já havia cobrado publicamente Guedes sobre os rumos da política econômica. Em entrevista ao jornal O Globo, em agosto, disse que o ministro teria que "arrumar mais um dinheirinho" para aumento de gastos.
À época, Guedes rebateu e disse que tentativas de furar o teto de gastos colocariam o presidente sob risco de impeachment.
Um dos articuladores do programa Renda Brasil, Onyx Lorenzoni (Cidadania), também compartilhou o material de Bolsonaro.
Distribuição de renda
Interlocutores relataram que no entendimento do governo, a distribuição de renda a partir de janeiro via Renda Brasil é "fundamental" para evitar um "caos social". O receio é de que o governo sofra desgastes com fim do auxílio emergencial, previsto até dezembro.
Um dos principais assessores de Guedes envolvidos na proposta, o secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse ao G1 que o governo estuda desvincular benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões, do salário mínimo. Hoje o assunto teve destaque nos principais jornais do país.
A equipe econômica relata que não há espaço no Orçamento para garantir o novo benefício, apesar de Bolsonaro insistir no projeto de olho na reeleição em 2022.
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