Petrobras revisa política e poderá pagar dividendo mesmo sem lucro
A Petrobras informou que seu conselho de administração aprovou uma revisão da política de remuneração aos acionistas com o objetivo de permitir que a administração da estatal proponha pagamento de dividendos mesmo em exercícios em que não for apurado lucro contábil.
As mudanças também envolvem a possibilidade de a Petrobras propor, "em casos excepcionais", até a distribuição de dividendos extraordinários mesmo sem registrar ganho contábil, desde que atendida uma meta de endividamento, disse a companhia em fato relevante divulgado nesta quarta-feira.
Esse movimento da estatal poderia favorecer o governo federal e outros acionistas da empresa já neste ano —analistas do Credit Suisse disserem em nota a clientes que a petroleira deve fechar o exercício de 2020 com prejuízo, mas poderia distribuir dividendos sob a nova regra.
No caso de perdas contábeis, se o endividamento estiver superior a US$ 60 bilhões, a Petrobras poderá propor distribuição de proventos desde que verifique redução de dívida líquida no período de 12 meses anteriores, explicou a companhia no comunicado.
O pagamento deve ser autorizado "caso a administração entenda que será preservada a sustentabilidade financeira da companhia", com proposta de valores "limitada à redução da dívida líquida", detalhou a estatal.
"A Petrobras reportará prejuízo líquido contábil em 2020, mas poderia pagar dividendos até o limite de redução de dívida líquida (mais de US$ 7 bilhões)", escreveram os analisas do Credit Suisse, sem detalhar suas projeções.
Nos últimos doze meses encerrados ao final do segundo trimestre, a Petrobras havia reduzido a dívida líquida em US$ 13 bilhões, calcularam analistas do Goldman Sachs.
Já a distribuição de recursos extraordinários aos acionistas, superando o dividendo mínimo legal obrigatório ou o calculado a partir de uma fórmula, poderá ocorrer mesmo sem lucro quando o endividamento bruto da petroleira estiver inferior a US$ 60 bilhões, acrescentou a empresa.
Os analistas do Credit Suisse disseram que a mudança na política de remuneração ao acionista é "marginalmente positiva" para as ações da Petrobras, uma vez que as recomendações de investimento nos papéis levam em conta os dividendos.
Já a equipe do Goldman Sachs apontou que ainda analisa o impacto das alterações de dividendos sobre o processo de desalavancagem da companhia e acrescentou que vai buscar esclarecimentos adicionais junto à companhia.
(Por Luciano Costa; com reportagem adicional de Paula Arend Laier)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.