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Dólar vai abaixo de R$5,17 com perdas da moeda no exterior

Dólar rondava estabilidade no começo dos negócios de hoje, com investidores se preparando para uma semana marcada pela decisão de política monetária nos Estados Unidos - Marcos Brindicci
Dólar rondava estabilidade no começo dos negócios de hoje, com investidores se preparando para uma semana marcada pela decisão de política monetária nos Estados Unidos Imagem: Marcos Brindicci

José de Castro

26/07/2021 09h11

SÃO PAULO (Reuters) - As vendas apareceram com força no mercado de câmbio brasileiro e derrubaram o dólar abaixo de 5,17 reais, num movimento importado do exterior, onde a moeda passou a perder força enquanto Wall Street tocava novos recordes.

O mercado local de forma geral seguia instável e bastante influenciado por fluxos pontuais, enquanto investidores evitavam grandes apostas antes do anúncio da avaliação de política monetária nos Estados Unidos, na quarta-feira.

Nesta segunda, dados mais fracos de vendas de novas moradias nos EUA deram argumento para recentes preocupações sobre o ritmo da economia norte-americana, o que em última instância poderia esfriar no Federal Reserve debates sobre futura redução de estímulos.

Às 11h53, o dólar à vista caía 0,77%, a 5,1698 reais. Na mínima, foi a 5,1638 reais (-0,89%), após subir a 5,231 reais (+0,40%) na máxima.

Lá fora, o dólar saiu de variações comedidas no começo da manhã para queda de 0,4% ante uma cesta de rivais, passando a perder terreno também contra divisas emergentes.

O dólar subiu no mundo nas últimas semanas em meio à aversão a risco por uma combinação de renovados temores sobre a Covid-19 e dúvidas sobre como o Fed lidaria com o quebra-cabeça formado por risco negativo à economia e de alta para a inflação.

A decisão do Fed é na quarta-feira, e posteriormente as atenções do mercado vão se voltar para o desfecho do Copom uma semana depois.

No fim da semana passada, os mercados de câmbio e de ações no Brasil sentiram o baque observado nos contratos de DI, que dispararam em meio a dúvidas sobre como o Banco Central reagirá a evidências de inflação persistentemente elevada, num momento em que outros mercados emergentes promovem fortes altas de juros tendo como pano de fundo incertezas sobre o Fed.

Por ora, a aposta do Morgan Stanley é que o dólar se mantenha acima de 5 reais no curto prazo, mas com a moeda brasileira não sendo uma opção de venda relevante.

"Um BC mais proativo provavelmente conteria parcialmente uma alta do dólar/real", disseram estrategistas do banco em nota, na qual recomendaram venda de puts (opções de venda) de dólar/real com delta (uma medida de sensibilidade da opção) 25 e preço de exercício de 5,00 reais por dólar.

(Por José de Castro)