Após crítica de Bolsonaro, presidente da Petrobras defende lucro da estatal
A Petrobras continuará com disciplina de capital e adota políticas que visam os melhores retornos aos acionistas e, consequentemente, para a sociedade brasileira, disse o presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, na abertura de teleconferência com investidores hoje.
"É bom enfatizar que a Petrobras não persegue o lucro pelo lucro, o nosso objetivo é retornar valor para os nossos acionistas e para a sociedade, por meio de impostos, dividendos e geração de empregos e investimentos", comentou Silva e Luna.
Os comentários foram feitos após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar ontem que a Petrobras tem de ter um papel social e não pode ser uma empresa que dê "lucro tão alto".
Sem mencionar Bolsonaro, que o indicou para o cargo de presidente da empresa, Luna disse que, "quanto mais saudável e geradora de recursos, mais a empresa consegue devolver riquezas à sociedade em forma de tributos, para municípios, Estados e União".
Ele lembrou que o Conselho de Administração da petroleira aprovou ontem mais uma antecipação de remuneração aos acionistas, somando agora R$ 63,4 bilhões referentes aos resultados de 2021, e destacou que a União, como maior acionista, ficará com grande parte dos recursos.
"Em 2021, os sólidos resultados permitirão que a sociedade brasileira, por meio da União, receba R$ 23,3 bilhões em dividendos, são recursos que ajudam a sustentar políticas públicas para todos os brasileiros e que beneficiam especialmente os mais vulneráveis", declarou ele.
"Continuaremos atuando com disciplina de capital, investindo em ativos com altas taxas de retorno, com foco na geração de valor para a sociedade. O resultado numérico desse trabalho é traduzido em lucro", disse Luna.
Balanço de ontem indicou que a Petrobras recolheu R$ 134,1 bilhões em tributos aos cofres públicos de janeiro a setembro, alta de 43,4% ante o mesmo período do ano passado.
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