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Nubank torna-se banco mais valioso da América Latina após IPO

IPO em Nova York do banco o colocou à frente do Itaú Unibanco - Paulo Whitaker/Reuters
IPO em Nova York do banco o colocou à frente do Itaú Unibanco Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

Carolina Mandl

São Paulo

08/12/2021 20h54

O banco digital Nubank precificou suas ações classe A nesta quarta-feira a 9 dólares cada, em uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York que o avaliou como o maior banco listado na América Latina.

Criado há oito anos para oferecer um cartão de crédito gratuito, o Nubank se tornou o banco listado mais valioso da região, com 41,5 bilhões de dólares, à frente do Itaú Unibanco.

O Nubank revelou os preços em documento enviado à Securities and Exchange Comission (SEC) antes de sua estreia na bolsa na quinta-feira. O IPO está sendo visto como indicador do apetite dos investidores por fintechs em mercados emergentes.

Uma estreia bem-sucedida pode abrir caminho para que várias outras startups, inclusive da América Latina, listem ações, enquanto uma recepção fraca pode levar muitos a atrasar seus planos.

Na semana passada, o Nubank decidiu reduzir sua avaliação do IPO em 20%, após enfrentar a fraca demanda de investidores cautelosos com fintechs bancárias não lucrativas.

Além de reduzir sua avaliação, o Nubank também reuniu alguns investidores âncora com apetite para adquirir pelo menos 1,3 bilhão de dólares em ações, incluindo sócios atuais como Sequoia e Tiger Global, e novos, como SoftBank Latin America.

O IPO de Nubank também ressalta como as fintechs estão enfrentando bancos físicos no cenário bancário altamente concentrado da América Latina.

Com o respaldo da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, da Tencent Holdings e da Sequoia, entre outros, o Nubank planeja usar os recursos para capital de giro, despesas operacionais e de capital e também para aquisições.

O presidente e fundador do banco, David Velez, um colombiano formado em Stanford, decidiu empreender em produtos financeiros na América Latina após perceber a burocracia para abrir uma conta corrente no Brasil. Atualmente, a fintech possui 48 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia.

Morgan Stanley, Goldman Sachs, Citigroup e NuInvest lideram a oferta como coordenadores globais.