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China registra primeira queda das importações desde 2020 com restrições por covid

As importações recuaram 0,1% em março na comparação com o mesmo período do ano anterior - Thomas Peter/Reuters
As importações recuaram 0,1% em março na comparação com o mesmo período do ano anterior Imagem: Thomas Peter/Reuters

Em Pequim

13/04/2022 07h33

As importações da China tiveram queda inesperada em março uma vez que as restrições devido à covid-19 em grandes partes do país afetaram as chegadas de produtos e enfraqueceram a demanda doméstica, enquanto o crescimento das exportações desacelerou.

Esse conjunto levou analistas a projetarem uma piora no comércio no segundo trimestre, e os dados devem reforçar as expectativas de mais suporte do governo.

As importações recuaram 0,1% em março na comparação com o mesmo período do ano anterior, marcando a primeira queda desde agosto de 2020, mostraram dados da alfândega hoje.

Nos dois primeiros meses do ano as importações haviam crescido 15,5% na mesma base de comparação e a expectativa em pesquisa da Reuters era de aumento de 8%.

O recuo foi generalizado. As importações de petróleo da China caíram 14% em março e os volumes importados de gás foram os mais baixos desde outubro de 2020. As compras de cobre caíram 8,8%, com surtos de Covid prejudicando a manufatura e a demanda industrial por algumas matérias-primas permanecendo fracas.

As exportações —importante motor da economia —subiram 14,7% em março, superando as expectativas de analistas de alta de 13%, mas desaceleraram ante o ganho de 16,3% de janeiro-fevereiro.

"Devido aos graves problemas nas operações das indústrias, transporte rodoviário e congestão nos portos como resultado da pior onda de covid-19 e os lockdowns mais rígidos desde a primavera de 2020, esperamos que o crescimento das exportações em dólares recue a 0% em abril sobre o ano anterior, enquanto o aumento das importações deve cair a -3,0%", disse o Nomura em nota.

A China registrou um superávit comercial de US$ 47,38 bilhões em março, mais do que dobro da expectativa de 22,4 bilhões, graças à inesperada queda nas importações.