Ex-aluno mata uma estudante e deixa um ferido em ataque a tiros em escola no Paraná
(Reuters) - Um homem matou uma aluna a tiros e deixou um outro estudante ferido, nesta segunda-feira, ao disparar uma arma de fogo dentro de uma escola estadual em Cambé, no Paraná, informou o governo do Estado em nota.
De acordo com o governo paranaense, o homem era um ex-aluno que entrou armado na escola alegando que queria ter acesso a seu histórico escolar. O atirador foi detido pela polícia. O aluno baleado está internado.
"O governo do Paraná informa que um ex-aluno entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, na manhã desta segunda-feira, alegando que solicitaria o seu histórico escolar. Segundo as informações iniciais, houve um episódio de violência, uma aluna morreu e outro aluno foi baleado e está internado", disse o governo paranaense em nota.
"O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) decretou luto oficial de três dias e lamentou profundamente o ocorrido. Os secretários de Segurança Pública e da Educação estão a caminho da cidade. O ex-aluno já foi detido e encaminhado para Londrina."
A Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou em nota que foi detido um segundo suspeito na noite desta segunda-feira.
"A Secretaria da Segurança Pública informa que no começo da noite um outro homem, também de 21 anos, foi preso por suspeita de ajudar a organizar o episódio. As investigações da Polícia Civil estão em andamento", diz a nota.
O aluno baleado segue em estado gravíssimo, em
assistência ventilatória e sedado, segundo nota à imprensa do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina.
Em sua conta no Twitter, Ratinho Jr. afirmou que o atirador será "julgado e condenado pelo crime bárbaro que cometeu".
"A violência do brutal ataque em uma escola estadual em Cambé causa indignação e pesar", escreveu. "Como governador e pai a minha solidariedade aos familiares nesse momento de dor tão profunda. Paraná está em luto."
O episódio no Paraná ocorre após um adolescente matar uma professora a facadas em uma escola na cidade de São Paulo e depois de um ataque a uma creche em Blumenau (SC), em que um homem com uma machadinha matou quatro crianças.
Os casos levaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a realizar uma reunião com governadores e prefeitos para a adoção de medidas para aumentar a segurança nas escolas. Autoridades defenderem medidas de combate a perfis em redes sociais que incentivam esses ataques.
Também pelo Twitter, Lula manifestou "muita tristeza e indignação" com o ataque na escola paranaense e pediu paz nas escolas.
"Mais uma jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar", afirmou.
No Rio de Janeiro, onde se reuniu com o governador do Estado, Cláudio Castro (PL), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, lamentou o novo caso de violência em uma escola.
"Hoje houve novo ataque de violência no Paraná e infelizmente uma jovem perdeu a vida e outro foi baleado. Para quem tem coração dedicado a uma causa, isso é muito, muito triste e quero, em nome do governo, manifestar solidariedade às famílias e que Deus as conforte na medida do que for possível e reiterar nosso compromisso", disse Dino a jornalistas.
O ministro acrescentou que o governo federal deve anunciar nesta ou na próxima semana a liberação de recursos para reforço de rondas escolares, acertados após o ataque em Blumenau.
Mais tarde, em publicação no Twitter, o ministro da Justiça também disse ter conversado com Ratinho Jr. e colocado o governo federal à disposição para ajudar no caso.
"Conversei com o governador Ratinho, do Paraná, manifestando solidariedade e colocando o governo federal à disposição para auxiliar o governo do Estado, em face da tragédia em uma escola estadual", disse.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo; Reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)
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