Ibovespa ignora NY, avança 2% e fecha acima de 124 mil pontos pela 1ª vez no ano
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou o primeiro pregão da semana com o Ibovespa acima dos 124 mil pontos, o que não havia acontecido ainda neste ano, em sessão descolada de Wall Street, que sofreu nesta segunda-feira com forte correção no setor de tecnologia.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,97%, a 124.861,5 pontos, encerrando na máxima do dia, com apenas três ações fechando com sinal negativo após os ajustes. Na mínima, marcou 122.206,78 pontos.
O volume financeiro no pregão somou 23 bilhões de reais.
Em Nova York, o S&P 500 perdeu 1,46% e o Nasdaq Composite caiu 3,07%, em meio a receios com os potenciais reflexos de um modelo de inteligência artificial de baixo custo desenvolvido pela startup chinesa DeepSeek.
De acordo com o analista de investimentos Alison Correia, sócio-fundador da Dom Investimentos, o mercado tomou um susto no começo do dia com o movimento nas ações norte-americanas, em razão das preocupações envolvendo a DeepSeek.
Ele, contudo, afirmou ver a queda das ações norte-americana também como um ajuste, após máximas históricas nos últimos meses. As notícias sobre DeepSeek acabaram dando "um motivo para os mercados corrigirem de uma forma muito intensa".
O movimento negativo nas bolsas norte-americanas desencadeou busca por Treasuries, derrubando os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, o que apoiou a queda das taxas dos DIs com prazos mais longos, reverberando na bolsa paulista.
DESTAQUES
- MAGAZINE LUIZA ON disparou 10,05%, com ações de empresas de setores sensíveis a juros avançando na esteira do movimento nos DIs. Também em destaque estavam ASSAÍ ON, subindo 7,64%, e VAMOS ON, em alta de 7,24%. O índice do setor de consumo na B3 avançou 3,08%, enquanto o do setor imobiliário ganhou 4,2%.
- MINERVA ON fechou com acréscimo de 9,91%, experimentando um trégua na pressão vendedora, após cinco pregões seguidos de queda, período em perdeu 11,55%. Ainda no setor, JBS ON avançou 4,34%, após anunciar o ingresso no segmento de ovos com um investimento para ter 50% de direito a voto da Mantiqueira Alimentos.
- BANCO DO BRASIL ON saltou 4,09%, tendo ainda no radar dados mostrando que as concessões de crédito com recursos livres subiram 11,1% em dezembro ante novembro, enquanto a inadimplência caiu a 4,1%. BRADESCO PN ganhou 2,48%, ITAÚ UNIBANCO PN avançou 2,4% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 1,05%.
- PETROBRAS PN valorizou-se 1,47%, apesar da fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com decréscimo de 1,81%.
- VALE ON fechou com elevação 1,75%, endossada pelo movimento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,06%, a 810,5 iuanes (111,54 dólares) a tonelada. A mineradora reporta na terça-feira dados de produção e vendas no final de 2024.
- CARREFOUR BRASIL ON subiu 3,1%, revertendo a queda da abertura, quando chegou a recuar 6,7%. De acordo com reportagem do Valor Econômico, a família Diniz, um dos principais acionistas do varejista francês Carrefour, controlador do Carrefour Brasil, está avaliando vender suas participações no grupo varejista no país e na França.
- WEG ON desabou 7,88%, após seis altas seguidas, período em acumulou uma valorização de quase 8%, contaminada pelo "sell-off" em papéis de tecnologia ou empresas com uma narrativa de exposição em IA. De acordo com o Itaú BBA, a exposição da receita atual da WEG em IA é "virtualmente zero". Eles veem o tombo dos papéis como uma oportunidade de compra.
- EMBRAER ON recuou 2,97%, também em dia de ajustes, confirmando o terceiro pregão de baixa nos últimos quatro após renovar máximas históricas na semana passada. No noticiário, o BNDES anunciou nesta segunda-feira que aprovou um novo financiamento à Embraer, de 2,1 bilhões de reais, para exportar aviões E-175 para a norte-americana Republic Airways.
- RD SAÚDE ON cedeu 0,38%, tendo no radar definição, pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) na sexta-feira, do fator X que será usado no cálculo do reajuste de preços de medicamentos deste ano. Após a definição do número em 2,459%, analistas do Goldman Sachs estimaram que o reajuste será um pouco mais fraco do que eles esperavam.
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