Primeiro navio com grãos deixa porto de Odessa, na Ucrânia: 'Alívio para o mundo'
Um carregamento de grãos ucranianos saiu do porto de Odessa, no sudeste da Ucrânia, às 6h17 pelo horário local, conforme os termos do acordo internacional assinado com a Rússia em Istambul, anunciou o Ministério da Defesa da Turquia hoje. Esse é o primeiro navio a retomar as entregas de cereais depois de mais de cinco meses de guerra, "um alívio para o mundo", classificou a diplomacia ucraniana.
"O navio Razoni deixou o porto de Odessa com destino a Tripoli, no Líbano. Ele é esperado em Istambul em 2 de agosto. Continuará sua rota rumo a inspeções que serão realizadas em Istambul", afirmou o Ministério da Defesa da Turquia em comunicado.
O deputado ucraniano Oleksii Goncharenko confirmou que a embarcação saiu do porto no sudeste da Ucrânia, como previsto. Segundo o ministro ucraniano da Infraestrutura, Oleksandre Koubrakov, o navio carrega 26 mil toneladas de milho.
O anúncio foi comemorado pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que afirmou esperar que a retomada das exportações de grãos "trará estabilidade e apoio indispensáveis à segurança alimentar mundial".
Já o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba, evocou "um dia de alívio para o mundo", especialmente para vários países do Oriente Médio, Ásia e África que aguardam a chegada dos cereais. Segundo ele, outras 16 embarcações aguardam para zarpar do porto de Odessa.
O especialista em acompanhamento de movimentos de navios Yörük Isik afirma que a chegada do comboio no Estreito de Bósforo, na Turquia, é esperada para o meio-dia de terça-feira (2). Outras embarcações acompanharão esse primeiro trajeto em mais cinco meses, "respeitando a travessia marítima e as formalidades acertadas", reitera o ministério turco.
Supervisão internacional
Assinado em 22 de julho entre representantes da Rússia, Ucrânia, Turquia e das Nações Unidas, o acordo permite a retomada das exportações ucranianas de grãos, sob supervisão internacional. Um compromisso similar foi fechado simultaneamente garantindo a Moscou a comercialização de seus produtos agrícolas e fertilizantes, apesar das sanções ocidentais.
Esses dois documentos devem permitir a atenuação de uma crise alimentar mundial que resultou em um aumento vertiginoso de preços nos países dependentes dos cereais ucranianos e russos, devido ao bloqueio dos portos ucranianos pela Rússia.
O acordo também prevê a inspeção de todos os navios mercantes em um porto turco por uma equipe de especialistas ucranianos, russos, turcos e das Nações Unidas para o controle dos carregamentos - uma exigência de Moscou - antes que a embarcação transportando os grãos possa seguir sua rota no mar Mediterrâneo.
Esse grupo de responsáveis, chamado de Centro de Coordenação Conjunta, começou a trabalhar na semana passada em Istambul. Eles têm como missão validar e acompanhar os comboios, garantindo a segurança de seus trajetos pela internet e via satélite, inspecionando as embarcações desde o momento em que elas são carregadas nos portos ucranianos até a chegada na Turquia.
*Com AFP
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