Bancos reagem e sustentam alta da Bovespa em dia de ganhos no exterior
A quarta-feira foi de altas expressivas na Bovespa e nas bolsas americanas e europeias. Aqui, embora a inflação de maio medida pelo IPCA tenha ficado acima do esperado pelos economistas, os investidores retomaram as compras de ações de bancos e de produtoras de commodities, especialmente Vale. No exterior, as notícias sobre a proximidade de um acordo para a dívida da Grécia animaram os investidores.
O governo grego está disposto a aceitar uma meta de superávit primário mais alto, de 1% do PIB para este ano, para atender às demandas dos credores, afirmou um membro sênior do governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras. O comentário ocorreu antes de um importante encontro entre Tsipras, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande. No início desta semana, a Grécia submeteu uma proposta sem data de reformas econômicas que o governo estaria disposto a conduzir para obter a liberação dos fundos do pacote de resgate.
O Ibovespa subiu 2,01%, para 53.876 pontos, com volume expressivo de R$ 7,620 bilhões. Operadores notaram, desde ontem, forte movimentação entre os papéis mais relevantes do índice e também no mercado futuro, conforme se aproximam os vencimentos de opções sobre ações e sobre Ibovespa, além do índice futuro, na próxima semana.
O volume de contratos de Ibovespa Futuro em aberto para o vencimento do dia 17 diminuiu consideravelmente nesta semana. Segundo um operador, só ontem, os estrangeiros rolaram cerca de 20 mil contratos para o próximo vencimento, em agosto. Conforme informações da BM&FBovespa, os estrangeiros mantinham posição comprada de 46.766 contratos ontem, contra 64.858 contratos na segunda-feira. Os institucionais locais, por sua vez, estavam vendidos em 56.166 contratos ontem, frente a 73.498 no dia anterior.
As ações de bancos impulsionaram o Ibovespa hoje, com a informação do Valor de que estudos da Receita Federal e da Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda desaconselham a tributação de lucros e dividendos obtidos por investidores estrangeiros, bem como o fim da figura do Juro sobre o Capital Próprio (JCP), pelo risco de provocar desinvestimentos e afugentar os investidores. Bradesco PN avançou 3,48%, acompanhada de Santander Unit (3,21%), Banco do Brasil ON (3,06%) e Itaú PN (2,92%).
Vale ON (6,15%) ficou no topo do Ibovespa, seguida de perto por Bradespar PN (6,12%) - que possui ações da Vale em sua carteira de investimentos - e Vale PNA (4,76%). O minério de ferro fechou em alta de 1,12% na China, para US$ 65,39 por tonelada. Mas o que impulsionou de fato as ações foram as declarações do presidente da Vale, Murilo Ferreira, em evento no Rio. Ele descartou novas emissões ou contratações de empréstimos neste ano. A Vale também divulgou, durante apresentação para analistas, em Belo Horizonte (MG), que espera que o preço de equilíbrio - diferença entre despesas e receitas - do minério produzido pela companhia caia para algo entre US$ 37 e US$ 41 por tonelada neste ano.
No topo do Ibovespa estão Bradespar PN (6,21%), Estácio ON (6,01%) e Vale ON (5,65%). Além de Estácio, Kroton ON (2,26%) marca presença entre as altas, ainda reagindo à informação de que o governo vai reabrir o financiamento estudantil (Fies) no segundo semestre.
Na ponta negativa terminaram Natura ON (-3,06%), Gerdau PN (-2,43%) e Gerdau Metalúrgica PN (-2,22%). O Credit Suisse cortou o preço-alvo de Gerdau PN, de R$ 12 para R$ 10, mas manteve a recomendação neutra. Para o banco, o preço das ações está baixo porque os resultados estão fracos. De acordo com o relatório, os números de 2015 devem desapontar e é pouco provável que o consenso para 2016 se materializará.
"Gerdau será um ótimo investimento quando as principais divisões da companhia tiverem performance positiva simultaneamente. Como os investidores são obrigados a comprar o pacote completo, a divisão do Brasil deve continuar pressionando os resultados, sobretudo no segundo semestre de 2015 e 2016", afirma Ivano Westin e sua equipe.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.