Juros futuros recuam com queda do dólar e ajustes prévios ao Copom
Os juros futuros recuaram na BM&F nesta quarta-feira, com a queda do dólar e a menor aversão a risco abrindo espaço para uma correção dos prêmios na curva de juros. Investidores também ajustaram suas apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima semana, prevendo que o novo ciclo de aperto monetário não deve ser muito longo.
O DI para janeiro de 2017 caiu de 15,52% para 15,46% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 recuou de 16,15% para 16,12%. Já o DI para janeiro de 2021 caiu de 16,33% para 16,29%.
Com a aproximação da reunião do Copom, investidores ajustam suas apostas, prevendo que o ciclo de aperto monetário deve ser mais curto que o sinalizado na curva de juros.
A curva de juros ainda reflete a maior probabilidade de uma alta de 0,50 ponto da taxa Selic em janeiro, mas tem aumentado as apostas em um aumento de 0,25 ponto, diante da percepção de que os números da atividade estão vindo muito fracos e de que o que tem sustentado as expectativas de inflação altas é o problema fiscal, afirma Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos.
Essa visão tem ganhado força diante de rumores de que o governo seria favorável a uma alta menor de juros para não prejudicar a recuperação da economia. "Estamos indo para a reunião do Copom com três cenários possíveis: uma alta de 0,5 ponto da Selic, de 0,25 ponto ou mesmo a possibilidade do BC não fazer nada e manter a taxa. Essa incerteza é muito ruim", afirma Petrassi.
O Itaú Unibanco alterou seu cenário para a taxa de juros, em que previa estabilidade, e agora espera uma elevação de 0,50 ponto percentual da Selic na próxima reunião do Copom, com o BC fazendo mais um ajuste de 0,50 ponto em março. "Calculamos que um aumento de 1,0 ponto nos juros seria necessário para que o modelo do Copom volte projetar a inflação na meta de 4,5% em 2017. Esperamos duas altas de 0,50 ponto nas próximas duas reuniões do Copom (janeiro e março), com a Selic se mantendo estável em 15,25% a partir de abril", aponta o banco em relatório.
Segundo Petrassi, da Leme, se esse cenário se confirmar, há um espaço para uma queda maior da parte longa da curva de juros. Já se vier uma alta de 0,25 ponto da Selic em janeiro, a parte curta da curva de juros deve cair mais que a longa.
Hoje os juros futuros com prazos mais longos também recuaram, com o ambiente de menor aversão a risco favorecendo as aplicações de estrangeiros em renda fixa.
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