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Juros futuros recuam após dado de emprego abaixo do esperado nos EUA

03/06/2016 16h46

As taxas dos contratos futuros de juros recuaram nesta sexta-feira, com a queda mais expressiva nos vencimentos mais longos, refletindo o dado abaixo do esperado da criação de empregos nos Estados Unidos, que diminuiu as apostas em uma alta da taxa básica de juros americana em junho. Além disso, o ambiente político mais calmo no mercado local abriu espaço para os investidores ampliarem as posições vendidas em juros.

O DI para janeiro de 2017 caiu de 13,62% para 13,565%, enquanto o DI para janeiro de 2018 recuou de 12,66% para 12,54%. E o DI para janeiro de 2021 caiu de 12,64% para 12,41%.

Em termos líquidos, os EUA geraram 38 mil vagas de trabalho em maio, o pior desempenho desde setembro de 2010, bem abaixo da expectativa de consenso para o mês passado, de que o país criaria 158 mil postos de trabalho.

Após a divulgação do "payroll", a probabilidade de alta de juros nos EUA em junho refletida na curva dos rendimentos dos Treasuries, que chegou a 40% após a divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) em maio, caiu para 3,8%. Para julho, as chances de alta passaram de 53% para 38,1%.

A expectativa de postergação de alta de juros nos EUA levou à melhora do ambiente para ativos de risco, contribuindo para a queda das taxas de juros de prazos mais longos no mercado doméstico. "Foi uma combinação de fatores positivos nesta semana, com cenário político mais calmo no Brasil, que permitiu a melhora do humor no mercado local", afirma Arnaldo Curvello, diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora.

Curvello lembra que diferente da expectativa na semana passada, com o mercado mais apreensivo com o risco de novas gravações envolvendo políticos da base aliada do governo comprometer a votação das medidas fiscais, a aprovação da proposta de Desvinculação das Receitas da União (DRU) em primeiro turno na Câmara dos Deputados foi um fator positivo. "O retorno do investidor estrangeiro depende mais da melhora da confiança no país, com o avanço da aprovação das medidas fiscais, do que de uma alta de juros nos EUA", diz.